Vereadora professora Sonia Meire (PSOL) realiza Audiência Pública sobre saúde mental

por Priscila Viana, Assessoria de Imprensa da Parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h20
Vereadora professora Sonia Meire (PSOL) realiza Audiência Pública sobre saúde mental

Foto: Priscila Viana

Os dilemas, desafios e perspectivas para implementação de políticas públicas de saúde mental no município de Aracaju foram debatidos em Audiência Pública realizada pela vereadora professora Sonia Meire (PSOL) na tarde dessa segunda-feira, 16. A Audiência foi realizada na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). Para o diálogo sobre esse tema essencial para a saúde pública, contamos com a presença de profissionais da área, pesquisadoras/es e gestoras/es públicas/os.

De acordo com a vereadora professora Sonia Meire, as políticas públicas são essenciais para oferecer à população os cuidados adequados em saúde. “Nós vivemos em uma sociedade muito perversa que tem nos adoecido. A classe trabalhadora tem enfrentado uma superexploração do trabalho e isso também tem adoecido as pessoas. É tarefa do Poder Público oferecer à sociedade ferramentas para lidar com as emoções, para que possamos de fato viver plenamente e transformar a realidade”, explicou a vereadora. 

 

Qualidade de vida

Para o coordenador do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Sergipe, Igor Coelho Nunes, repensar o sistema de trabalho é essencial para garantir saúde mental e qualidade de vida à população. “Não há como discutir saúde mental em um ambiente de trabalho que adoece as pessoas. A gente precisa cuidar das relações, dos ambientes, pois muitas vezes a trabalhadora e o trabalhador estão adoecendo e não percebem. Precisamos parar de romantizar a exaustão do trabalho, a superprodutividade”, afirmou o coordenador do Cerest.

A gestora da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Ericka Henriques Guerra, falou sobre os serviços de atendimento em saúde mental do município de Aracaju e destacou os impactos da pandemia na saúde pública da população. “Componho o Coletivo Gestor da Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju e percebemos de maneira muito forte um aumento significativo de demanda por atendimento à saúde mental na pandemia. Foram muitos lutos, muitos medos. O nível de ansiedade da população aracajuana aumentou bastante. Tivemos avanços e retrocessos, mas a nossa Rede de Atenção Psicossocial é uma referência”, ressaltou Ericka.

A médica psiquiatra da Rede de Atenção Psicossocial do Estado de Sergipe e do município de Aracaju, Maylla Xavier destacou a importância do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para as políticas públicas em saúde mental. “Precisamos trazer para o centro do debate a peça principal desse diálogo, que é a pessoa usuária do SUS. São as pessoas que se utilizam do SUS que cumprem a trajetória na saúde mental. E, embora eu veja e sinta cotidianamente os buracos do sistema na minha vivência cotidiana, eu discordo quando escuto que o CAPS não funciona. É o tipo de crítica que, além de não construir, contribui para alavancar as comunidades terapêuticas, que não têm embasamento científico algum e ainda recebem muito mais investimentos que a rede de atenção psicossocial”, destacou a psiquiatra.

 

Educação

A deputada estadual pelo PSOL em Sergipe, Linda Brasil, ressaltou a importância da educação para as transformações necessárias. “Para que possamos lutar e celebrar conquistas, precisamos de uma educação que seja libertadora, conscientizadora e que desperte o pensamento crítico da população”, destacou Linda Brasil.

Para o psicólogo e professor adjunto de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Bruno Cerqueira Gama, por mais que o tema saúde mental tenha recebido mais destaque nos últimos anos, o debate precisa ser melhor qualificado. “Muitas vezes, a visibilidade de determinados temas camuflam a complexidade. Para falar desse tema, é importante que a gente entenda a sua complexidade, não podemos reduzir a questão neurológica a algo individual. Não há como falar de saúde mental sem falar dos temas que perpassam, como assistência social, lazer e meio ambiente”, afirmou o professor e pesquisador.