Vereador Lucas Aribé volta a cobrar alternativa de tratamento no Município
Boa parte das dificuldades para assistência aos pacientes renais crônicos em Sergipe é motivada pelas inconformidades na rede de atenção básica. É o que apontou a Associação de Renais Crônicos e Transplantados de Sergipe (Arcrese), durante reunião na Secretaria Estadual de Saúde (SES), da qual o vereador Lucas Aribé (PSB) foi convidado a participar.
A ausência de um hospital de retaguarda para tratar as intercorrências durante o tratamento do paciente nefropata e também da diálise peritoneal foram alguns dos problemas discutidos no encontro. Questões que, conforme salientou o parlamentar, estão debaixo da responsabilidade do Município. “Hoje, apenas o Huse socorre os pacientes da Nefrologia em Sergipe e muitos deles acabam recebendo o tratamento como pacientes de urgência, o que pode ocasionar mais complicações”, lamentou Lucas.
Desde maio deste ano, o vereador protocolou na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) a Indicação nº 1.381/2018, para que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reative o serviço de diálise peritoneal com o objetivo de garantir uma segunda alternativa de tratamento aos pacientes com insuficiência renal crônica ou aguda. “Mas até agora nada foi feito e o Hospital de Urgências continua lotado por falta de vontade política para melhorar a qualidade de vida dos renais”, pontuou Lucas, lembrando que esse tipo de tratamento pode ser realizado pelo próprio paciente, em domicílio, ou por um familiar, o que torna o seu custo até cinco vezes menor, pelos cálculos da Associação.
Em Sergipe, existem cerca de 2.400 pacientes renais, mas há sete anos o Estado não realiza transplantes de rins e a Secretaria que prometeu retomar os procedimentos no primeiro semestre deste ano, agora diz que eles só voltarão a ser feitos em 2019. “Quem viaja para fazer transplante fora recebe uma diária de R$24,50. Uma situação caótica”, criticou o presidente da Arcrese, Lúcio Alves.
Durante a reunião, ficou decidida a criação de uma comissão suprapartidária que deve traçar os encaminhamentos para sanar os gargalos da assistência nefrológica no Estado.
Preocupa Aribé a projeção das instituições médicas de que a doença, que tem como causas prevalentes a diabetes e a hipertensão, siga avançando 10% a cada ano. “Se nada for feito, principalmente com foco na prevenção, em cinco anos nosso Estado não conseguirá atender aos pacientes renais”, advertiu o vereador, ao evidenciar a urgência de uma ação da SMS, que integrará a Comissão, no sentido de ofertar assistência adequada aos renais.