Vereador Dr. Manuel Marcos diz que pronto atendimento do Ipesaúde “não tem valor funcional”
Durante a Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) desta quinta-feira, 2, o vereador Dr. Manuel Marcos (PSDB) demonstrou revolta com o serviço de pronto atendimento do Ipesaúde – plano de assistência à saúde destinado aos servidores públicos do estado de Sergipe. O parlamentar descreve as falhas no serviço, através do relato dos pais de um garoto de 12 anos que teve dificuldade para receber assistência. Ele ressalta que presenciou o referido episódio e – no exercício da profissão, a medicina – tentou auxiliar e minimizar o sofrimento do jovem.
“Fui chamado pela família para ir ao local pedir clemência e tentar salvar a criança, filho único do casal. Ele estava há dois dias internado na urgência do Ipesaúde com o diagnóstico firmado de apendicite. Os pais estavam aflitos e inseguros com a desatenção da instituição. Diante do que vi, procurei o grupo de enfermagem e não obtive retorno sob a justificativa de que estavam em reunião e não poderiam atender”, relata.
Ainda dando o testemunho, Dr. Manuel Marcos salienta que também procurou o diretor da unidade, aguardou e não obteve o retorno esperado. “Fiquei na antessala dele por mais de uma hora e ninguém atendeu. Diante da experiência, fiz um paralelo e avalio que muitas pessoas devem sofrer com o descaso. Ninguém ali está pedindo favor, pois, é descontado mensalmente do salário, recursos para a prestação do serviço. Deveria servir a quem está assegurado e busca atendimento”, reflete.
Na percepção do parlamentar, as instalações do pronto-atendimento não condizem com a ineficácia do serviço. “Nota-se que está bem equipado, mas, efetivamente, sem nenhum valor funcional. Qualquer médico em início de carreira sabe que apendicite é uma condição emergencial. A criança ia morrer, tive que tirar o menino de lá para levá-lo imediatamente ao hospital Santa Isabel, paguei, o coloquei no apartamento e fui providenciar a cirurgia. Tiramos um litro de ‘pus’ e o apêndice já estava supurado, a prova de que corria risco de morte”, endossa.
Diante do exposto, o vereador apela ao governador Belivaldo Chagas a reavaliação das indicações que fez para conduzir as pastas de chefia no Ipesaúde. “Não é apenas o Palácio que retrata sua administração, é também os demais segmentos da esfera pública do estado. Bote na sua gestão quem realmente possa lhe representar, pois, naquele momento o senhor representou a inoperância, a insensibilidade – para não dizer incompetência – de quem administra aquilo”, retrucou.