Vereador Byron reúne sociedade em Audiência Pública de Conscientização sobre o Autismo

Membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Doenças Raras e Acessibilidade, da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), o vereador Sargento Byron (Republicanos) reuniu, nesta segunda-feira, 03, representantes do município, do estado, além de membros de instituições do Terceiro Setor e sociedade civil, em Audiência Pública em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

O vereador por Aracaju deu início ao evento ressaltando a importância da presença de todos que dedicaram tempo à causa, promovendo a ocupação máxima do Plenário. "Quero agradecer a cada um que abraçou este convite e demonstra diariamente confiança nesta luta. Sabemos que é muito comum haver mobilização acerca do tema no mês de Abril, afinal, no dia 02 todas as atenções estão voltadas para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas precisamos promover mais informação, pois o preconceito nasce com a falta de conhecimento", declarou Byron, envolvido em causas sociais desde a fundação do Projeto Estrelas do Mar, há mais de 11 anos.

Na composição da mesa estiveram presentes a procuradora Geral do Município, Dra. Camila Brito Ferreira Brasileiro, a professora e cofundadora do Grupo TEAMÂE, Leila Luiza Conceição Gonçalves, o advogado e membro da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB/SE, Robert Wagner Vianna Brito, além da coordenadora de Educação Especial - representando a Secretaria Municipal da Educação de Aracaju , Mayra Nascimento e o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades de Sergipe, Antônio Luiz. "Meu maior objetivo enquanto cidadã e mãe de autista é lutar pelos direitos dessas crianças, jovens e adultos. Ter uma rede de apoio é fundamental nesta luta, por isso o Grupo TEAMÃE se coloca à disposição para todo tipo de assistência. São 570 mães que buscam pelo espaço do seu filho, seja no direito à educação, à saúde, à transporte, mas m, infelizmente, o nosso estado e o nosso país não estão preparados para o avanço social. É triste, é doloroso, mas não desistiremos, pois discriminação é crime, todos devem saber", afirmou Leila Gonçalves, cofundadora do grupo.

Em um momento de grande emoção, a estudante universitária (recém aprovada no curso de Psicologia pela Universidade Federal de Sergipe -UFS), Thayse , pôde retratar um pouco da sua vivência e deixar um apelo: "sou autista nível 2 de Suporte, fui recém aprovada na Universidade, mas iniciar os estudos não é algo simples assim. A gente, autista, precisa de adaptações razoáveis para ter qualidade em nosso aprendizado e convivência . Sei que a Universidade tem se esforçado, assim como muitos colégios e faculdades, mas ainda temos uma taxa de evasão alta, pois é impossível estudar e , até mesmo, fazer uma refeição de qualidade em meio ao caos, barulho e tantas pessoas juntas , falo isso por precisar da refeição da Universidade. Até chegar na UFS, o caminho é com dificuldade. Enfrentar o transporte público lotado, não ter a compreensão e o direito de descer pela porta da frente, por exemplo, já me impossibilitou de ir ao curso. Aqui é um pedido, uma súplica para que a sociedade e o Poder Público estejam com a gente, nos tirem da invisibilidade", clamou a estudante. 

Quando o assunto é educação, um dos pontos abordados foi a necessidade das escolas terem o interesse na individualidade de cada aluno, buscar conhecer suas dificuldades e desafios para, assim, oferecer um plano de estudo adequado. "Gostaria de parabenizar o vereador Byron por este momento. Precisamos deste espaço constantemente. Sou advogado e tenho um filho autista. Faço questão de participar da rotina dele, mas também sei que meu filho é abençoado por Deus me permitir ter condições de oferecer a educação adequada e as terapias necessárias. Mas a realidade de muitas crianças e jovens é diferente e , por isso também cabe a mim ir em busca dos direitos dessas famílias, seja enquanto advogado ou através da atuação da própria OAB. O número de crianças diagnosticadas com autismo tem sido crescente, atualmente 1 a cada 36 crianças ( até os 8 anos de idade) tem recebido o diagnóstico", informou o advogado e pai atípico, Robert Wagner.

Para Byron , a Audiência Pública é mais uma forma de , daqui para frente, atrair ainda mais o Poder Público. "Sabemos que existem pessoas com mais sensibilidade para cada pauta, outras pessoas só se sentem interessadas se conviverem com determinado tema, mas essa realidade também pode ser transformada. Falar sobre inclusão e direitos sociais sempre fez parte do meu mandato, e assim sempre será. Não posso negar que tirar alguns projetos do papel e dar voz e espaço a muitas ações nem sempre é fácil ou rápido. Mas afirmo aqui que tanto eu, quanto meus amigos parlamentares, como Pastor Diego (PP), professora Ângela Melo (PT), professora Sônia Meire (PSol) e Emília Correa (Patriota) que aqui estão, continuaremos atentos à causa e à disposição para todas as necessidades. Tragam para nós essa responsabilidade. Obrigado a todos pela participação. Estamos aqui para servir", encerrou o parlamentar.