Tribuna Livre trata de políticas públicas para pacientes soropositivos

por Danilo Cardoso — publicado 29/05/2018 12h00, última modificação 30/05/2018 07h30
Tribuna Livre trata de políticas públicas para pacientes soropositivos

Foto: Gilton Rosas

A Tribuna Livre desta terça-feira, 29, trouxe como tema ‘Políticas públicas para pacientes soropositivos’ tendo como palestrante a membro da Associação Bom Samaritano, Rosilene Vieira, que relatou a realidade vivenciada pela pessoas que sofrem com a doença por conta da falta de assistencialismo da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA).

Rosilene iniciou sua fala apelando aos vereadores um empenho maior para a criação de políticas públicas para os portadores da doença. “Solicito mais sensibilidade para os vereadores com os portadores da HIV/Aids, porque existem várias consequências que estes remédios do tratamento da doença podem causar, a exemplo do psicológico”.

A palestrante ainda continuou. “Comentam que os pacientes têm qualidade de vida, mais a qualidade de vida real só teremos com moradia, alimentação, transporte e oportunidades de emprego. Temos várias pessoas formadas que não conseguem mais emprego devido ao preconceito. Aids não tem cara, não tem cor e classe social. Precisamos de prioridade para realizar exames por conta da nossa doença”, finalizou Rosilene.

O médico Almir Santana, ferrenho defensor sobre o tema, fez um panorama geral da doença em Sergipe. “No Estado possui 7400 pessoas com HIV, a epidemia tem crescido na pobreza e agora está começando a crescer na classe social atingindo médico, advogado e assistente social.O depoimento de Rosilene é no sentido para que o município de Aracaju ajude na área social, com programas sociais incluam as pessoas com a doença”.

O especialista do assunto também alertou. “Também desejamos o passe livre no transporte público, sabemos da polêmica sobre o tema, mas o deslocamento também faz parte do tratamento, nem que seja pelo critério social. A AIDS é vista diferente de outras patologias, várias entidades cuidam do câncer e quase nenhuma cuidam dos pacientes com HIV são vistos com preconceito. É um tema esquecido pela mídia”, relatou Almir Santana.

O autor da solicitação da Tribuna Livre, o vereador Zezinho do Bugio (PTB), parabenizou Rosilene pela coragem de mostrar a cara. “Já sou doador de algumas instituições, mas a partir do momento que conheci a Casa Bom Samaritano fiquei impressionado e me empenho ainda mais para contribuir para que aquela instituição continue funcionando. Muitos não conseguem nem fazer um curso profissionalizante”.

O vereador Iran Barbosa (PT) destacou que criou uma lei no seu primeiro mandato que precisa ser cumprida. “Compreendo que tivemos avanços significativos, já passamos por vários estágios, desde o desconhecimento da doença e hoje das pessoas que conseguem conviver com o vírus. Sabemos que a condição econômica ainda pesa muito para a qualidade de vida, o preconceito que discrimina muito e em Aracaju existe uma lei, que apresentei no meu primeiro mandato, precisamos fazer valer”.

A vereadora Kitty Lima (Rede) parabenizou a coragem de Rosilene. “Nada mais justo de alguém que vive a situação falar sobre o assunto, Rosilene você não falou apenas por você e sim pelos 7400 pessoa que estão com a doença. Criei uma lei para que parte do dinheiro das multas sejam revertidas para o tratamento das pessoas com HIV”, destacou.

O vereador Américo de Deus (Rede) falou que é necessário combater esta epidemia com uma política mais eficaz. “Todos estes casos registrado é uma epidemia e epidemia se combate com políticas públicas. Vamos apresentar emenda para o orçamento 2019 que parte dos dois bilhões seja destinada para essa área. Sabemos da dificuldade para pegar um transporte coletivo, além da prioridade para exames e oportunidade de emprego”.

A vereadora Emília Corrêa (Patriota) demonstrou sua felicidade em ver o tema sendo debatido na Casa Legislativa. “Fico feliz dos senhores estarem aqui cutucando este tema que estava esquecido. A constituição fala de discriminação e cadê a punição, cadê a dignidade para as pessoas que estão com a doença. Sei que palavras não resolvem e sim atitudes”, questionou a parlamentar.