Tribuna Livre discute situação da macrodrenagem no Jabotiana

por Agência Câmara de Aracaju — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h19

Toda terça-feira é dia de Tribuna Livre na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), que é um espaço dedicado à sociedade civil organizada para que possa apresentar, na Tribuna do Legislativo, as suas demandas. E quem usou o espaço nesta terça, 9, foi o vice-presidente do movimento Jabotiana Viva, Joseilton Nery Rocha, que falou sobre a implementação e execução imediata do projeto de macrodrenagem na região. 

O representante dos moradores fez um breve relato sobre as constantes inundações que a área sofre e lembrou que o fato foi alvo de ação do Ministério Público Estadual (MPE). "Resultou em ação judicial aceita pela Justiça Federal e, a partir de 2016, um ano depois, a Justiça deferiu liminar embargando licenciamentos ambientais no bairro", afirmou.  

Ainda segundo Joseilton, a Justiça responsabilizou a Prefeitura de Aracaju, além de setores do Governo do Estado. "Na decisão, a juíza tornou réus a Prefeitura e a Adema,  além de cobrar as responsabilidades e tomadas de providências, entre elas, a suspensão da licença ambiental de novos empreendimentos na região”, destacou.  

No entanto, seguindo o vice-presidente do Movimento Jabotiana Viva, a medida não durou muito. “Com o passar do tempo, os empreendimentos conseguiram derrubar a liminar, porque a gente sabe o poderio que esses construtores têm, por isso, pedimos a ajuda do Parlamento, porque cabe aos representantes da população regular o serviço e resolver o problema”, frisou Joseilton Nery 

Apartes 

Para o vereador Breno Garibalde (União Brasil), a falta da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) é um dos grandes vilões da situação. “O Bairro Jabotiana é um exemplo claro do que é crescer sem o Plano Diretor. Surgiu do nada, teve um crescimento desordenado e, que hoje, traz grandes transtornos para os moradores”, frisou.  

Opinião também compartilhada pelo vereador Isac (PDT). “Estamos na empreitada de receber o Plano Diretor, nós não temos como obrigar que a Prefeitura execute, mas estamos na expectativa de abrirmos o debate para resolver essa situação”, ressaltou.  

De acordo com o líder do prefeito na CMA, vereador Professor Bittencourt (PDT), o cenário retratado faz parecer que não há nenhum movimento de resolução por parte do Executivo. “A Prefeitura tem uma ação muito presente, o problema é que houve chuvas bem acima da média e a Prefeitura vai investir mais de R$ 60 milhões na região, através de financiamento internacional. O maior passo foi dado, que foi a captação do recurso, estamos só esperando a assinatura do contrato”, assegurou.  

O vereador Anderson de Tuca (PDT) lembrou o empenho do Legislativo na aprovação da autorização do empréstimo. “Me lembro das enchentes e a Prefeitura viu a dificuldade, tanto que aprovamos o projeto do empréstimo, para que essa situação possa ser resolvida, mas até isso ser feito, a Prefeitura tem atuado para minimizar esse problema”, frisou.  

Já a vereadora Emília Corrêa (Patriota) se solidarizou com a fala do representante dos moradores do Jabotiana. “Compreendo os moradores, simplesmente quando em 2019 saiu decreto midiático da Prefeitura instituído grupo de trabalho para acompanhamento da macrodrenagem, não se fez nada significante. De lá para cá, só fez paliativos, ou seja, só mídia”, revelou.  

A vereadora Professora Ângela Melo (PT) destacou que não há nenhuma ação estruturante na região. “Além disso, para algo grandioso do tipo acontecer, requer o compromisso não só do município, mas da federação, Estado e Aracaju e tenho acompanhado, desde a década de 1970, a construção da região e vi várias enchentes que ocorreram e nunca fizeram nada para resolver”, disse.