Tribuna Livre destaca importância da audiodescrição como ferramenta de acessibilidade e inclusão
Na manhã desta terça-feira, 21, foi realizada na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) a Tribuna Livre com o tema “Audiodescrição – Comunicar para incluir, uma ferramenta de acessibilidade comunicacional à serviço da inclusão”. O assunto foi discutido entre os vereadores e a professora Dra. Rita de Cácia Santos Souza, que fez a apresentação sobre o tema.
Segundo a professora Rita de Cácia, a audiodescrição é a arte de transformar imagens em palavras, o que abre uma janela para o mundo para as pessoas com deficiência visual. “Essa ferramenta transforma o que é visto no que é ouvido, o visual no verbal, permitindo as pessoas cegas ou de baixa visão entenderem verdadeiramente o que assistem. Lembrando que outras pessoas podem se beneficiar da audiodescrição, como idosos, pessoas com dificuldade de entendimento ou com déficit cognitivo”, enfatizou.
A oradora da Tribuna também destacou que há um Decreto Federal Nº 5296/2004, que estabeleceu a obrigatoriedade das televisões brasileiras implantarem a audiodescrição em sua programação. “A audiodescrição é extremamente necessária em todos os espaços, independente da quantidade de deficientes no local. É preciso analisar todos os ambientes que as pessoas cegas frequentam, como museus, escolas, câmara de vereadores. Precisamos de mais sensibilidade com essa questão, para que todos tenham direito de se comunicar”, afirmou.
Apartes
O vereador Lucas Aribé (PSB), que é deficiente visual, destacou a importância da audiodescrição. “Todos nós publicamos fotos, imagens, vídeos e tudo precisa ser descrito também para os cegos e pessoas com baixa visão. Muitas pessoas vêm utilizando a hashtag #pratodomundover. Quando postamos fotos e vídeo sem legenda ou sem descrição, estamos excluindo as pessoas com deficiência da comunicação. As TVs de Sergipe também precisam promover audiodescrição nos seus telejornais. Também sugiro que a Escola do Legislativo possa promover o curso de audiodescrição para quem quiser aprender”, disse.
Américo de Deus (Rede) destacou que esta é uma ferramenta que gera mais acessibilidade aos deficientes e destacou a importância dessa tecnologia para a inclusão, enfatizando que a lei é de 2004 e é obrigatória, mas que não é cumprida pela maioria das pessoas e instituições há 15 anos.
“Vivemos em um país que não passa da fase da conscientização. Apesar de existir um decreto, ele não é aplicado na prática. É preciso mais inclusão para as pessoas com deficiência. O que eu puder fazer vou aplicar a audiodescrição e o que aprendi aqui”, falou Emília Corrêa (Patriota).
Isac Silveira (PCdoB) frisou que a inclusão social é mais que uma política social. “O IBGE aponta que existem mais de 6 milhões de pessoas com deficiência visual e, mesmo assim, as instituições têm resistência em aplicar políticas públicas para beneficiar essas pessoas”.
Elber Batalha (PSB) disse que já assistiu filmes com audiodescrição e percebeu a importância dessa ferramenta para quem não pode enxergar. E o vereador Camilo Lula, parabenizou a aula e explicação da professora Rita sobre o assunto.