Trabalho do projeto social Punhos de Ouro é tema de Tribuna Livre na CMA

por Eduardo Costa e Leilane Coelho — publicado 17/09/2019 14h28, última modificação 17/09/2019 14h28
Trabalho do projeto social Punhos de Ouro é tema de Tribuna Livre na CMA

Foto: César de Oliveira

A Tribuna Livre desta terça-feira, 17, abriu espaço para o Centro Cultural, Artístico e Esportivo Punhos de Ouro. A Tribuna do Plenário da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) foi ocupada pelo diretor presidente do Punhos de Ouro, Valter Duarte Moreira, que apresentou o projeto e o funcionamento da instituição.

Fundada em 2000, com sede no Bairro Santa Maria, a instituição começou apenas trabalhando com o boxe, e tem o objetivo da inclusão social pelo esporte, cultura, arte e educação. Através dessas ações, a ideia é proporcionar o exercício da cidadania, desenvolvendo a autoestima e a integração para uma cultura de paz, ajudando principalmente os setores mais marginalizados da sociedade. Ela não tem fins lucrativos e trabalha buscando apoios e parcerias com os mais variados órgãos, públicos ou privados.

“Quem nos conhece sabe da nossa luta, acreditamos no esporte e na educação como forma de inclusão social. São pessoas que realmente tem fugido da estatística. O preto, o pobre, os que vivem à margem da sociedade pegam as oportunidades que tem com unhas e dentes. Nossa instituição não é apenas de boxe, mas um centro cultural e artístico. A luta é todos os dias contra as dificuldades e pessoas que não querem que algo aconteça, mas temos comprometimento”, destacou Valter, que é ex-pugilista.

Valter lembrou vários casos de pessoas que passaram pelo Punhos de Ouro e atingiram sucesso. Em especial, destacou o atleta Carlos Rafael – o sergipano, saído do projeto, já foi pentacampeão brasileiro, campeão pan-americano e sul-americano, e  hoje é 3º Sargento da Marinha

“Aqueles que acham que não podem chegar, saibam que basta ter vontade e acreditar. Isso quebra as estatísticas, e nosso projeto incomoda muito. Temos uma grande felicidade em falar de exemplos de superação, como o do Carlos Rafael, onde as ações desenvolvidas proporcionaram o resgate de jovens e a socialização”, pontuou.

Por fim, Valter recordou também dos trabalhos feitos no Bairro Industrial, do terreno que a instituição dispõe no Santa Maria e das parcerias com vários órgãos. O presidente do Punhos de Ouro afirmou que irá buscar um convênio também com a Prefeitura de Aracaju (PMA). “Estamos trabalhando há cinco anos embaixo da ponte do Bairro Industrial. Ganhamos um terreno no Santa Maria e vamos construir, mas estamos por enquanto ali, em um projeto nosso, onde desenvolvemos atividades com muitos voluntários. Fechamos convênio com uma faculdade, que vai inscrever alunos que deem reforço escolar a alunos das redondezas para potencializar essas crianças. Fechamos também com a UFS, onde profissionais e alunos de educação física vão trabalhar com as crianças. Também estamos estudando enviar à CMA um pedido de convênio com a Prefeitura de Aracaju, ajudando a tornar as escolas um lugar melhor”, completou.

Aparte

Em aparte, alguns vereadores se manifestaram a favor do projeto Punhos de Ouro. Emília Corrêa (Patriota), Américo de Deus (REDE), Elber Batalha (PSB) e Jason Neto (PDT) destacaram que o trabalho precisa de um apoio maior do poder público.

“Esse trabalho deveria ter um amparo maior, inclusive dentro da Secretaria de Assistência Social. Muitas vezes vocês enfrentam a humilhação, a espera. Parabéns pelo trabalho, pela continuidade, por fazerem isso não visando A ou B, mas sim pela comunidade. Tudo é uma questão de boa vontade, e quando se tem planejamento, dá para colaborar com instituições sérias”, disse Emília.

Já Camilo Lula (PT) e Bigode do Santa Maria (MDB) complementaram lembrando que conhecem o projeto e a realidade dos locais onde ele participa, sabendo bem da importância que ele tem naquelas regiões. “Sou testemunha do seu trabalho no Santa Maria. Você foi uma das pessoas que salvou muitos jovens das drogas em bairros mais pobres, e muitas vezes colocou dinheiro do bolso para alunos viajarem, no sufoco”, disse Bigode.

“Tive o prazer de conhecer este projeto, e além dele, é importante ressaltar aqui dois debates. Um sobre direito à cidade: precisamos debater uma cidade com espaço para todos e todas, nos mais diversos bairros. E o outro é sobre um olhar diferente para a juventude, não devemos acreditar apenas que a solução é punir, bater, amedrontar, e o esporte é uma alternativa. Vocês mostram o outro caminho e isso é bonito”, afirmou Camilo.