Suposto vendedor de carne de cachorro pede perdão à Kitty Lima

por Felipe Macéio, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 28/09/2017 14h00, última modificação 28/09/2017 17h06
Suposto vendedor de carne de cachorro pede perdão à Kitty Lima

Gilton Rosas

Uma semana após a vereadora Kitty Lima (Rede) denunciar a oferta de carne de cachorro para consumo humano em um grupo de vendas online, o autor do anúncio procurou a parlamentar para pedir perdão pelo fato e alegando que tudo não passou apenas de uma “brincadeira de mau gosto”.

A vereadora conta que o rapaz se disse preocupado com a repercussão após ela levar o caso à imprensa e ganhar o repúdio da população. Kitty chegou a registrar Boletim de Ocorrência na 1ª Delegacia Metropolitana, e mesmo após o pedido de perdão do autor, ela garantiu que levará a denúncia à diante. “As pessoas precisam entender que animal não é objeto. Por mais que esse rapaz tenha dito que foi uma brincadeira, de muito mau gosto, diga-se de passagem, esse caso não pode passar impune. Eu me sinto no dever de alertar a população em relação à causa animal, que maus-tratos é crime, e que quem comete esses crimes serão punidos. Levarei esse caso até o fim”, afirmou Kitty. 

Ainda de acordo com a vereadora, essa não seria a primeira vez que o rapaz publica um anúncio sobre a venda de carne animal. Em outra ocasião, segundo denúncia de pessoas próximas ao acusado, ele já teria anunciado a venda de carne de rã. “É por isso que eu não posso deixar esse caso passar sem uma resposta à sociedade. Já é uma prática recorrente desse rapaz fazer postagens com esse conteúdo. Infelizmente atitudes como essa podem estimular outras pessoas a acreditarem que podem matar cachorros, por exemplo, e vender a carne certo de que não serão punidos”, reforça Kitty. 

Diante da repercussão negativa do caso, Kitty voltou a fazer um apelo aos vereadores da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para que o Código de Proteção Animal – projeto de sua autoria - seja aprovado o mais rápido possível. “Quem comete uma atitude dessa atinge as famílias sergipanas, a saúde pública, o meio ambiente e os animais. Por isso precisamos reforçar as leis que protegem todos os envolvidos nessa cadeia. O meu projeto que cria o Código de Proteção Animal irá ajudar, principalmente, a assegurar o direito à dignidade dos animais e a punir os autores de maus-tratos”, explicou a vereadora. 

Entenda 

O caso chegou até Kitty após populares enviarem a ela fotos do anúncio contido em um grupo de compra e venda online. No texto em anexo, o autor oferecia a carne de cachorro ao preço de R$ 50 e dizia que realizava entrega em todo o estado, aconselhando ainda os interessados em usá-la em churrasco.

Foto: Gilton Rosas

“Fiquei chocada com o que vi e em imaginar que existem pessoas em nosso país capazes de cometer um ato desse. Em alguns países do oriente, onde o consumo de carne animal de inúmeras espécies é culturalmente normal, já é proibida esta prática, a exemplo de Taiwan. Lá, o consumo da carne de cachorro foi completamente extinto”, disse Kitty.

 

A lei federal de crimes ambientais, em seu artigo 32, diz que “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, e prevê ainda como pena detenção de três meses a um ano, além de multa.