Sonia Meire destaca o início do julgamento do caso Marielle e Anderson
Foi iniciado no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (30), o julgamento dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mortos no dia 14 de março de 2018. A vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), durante o pequeno expediente, para expressar sua emoção por, finalmente, os familiares das vítimas e a sociedade receberem um retorno da justiça sobre o crime.
“Hoje foi iniciado o júri popular pelo assassinato de Marielle e Anderson, e queremos aqui demonstrar nossa solidariedade às famílias. Gostaria de dizer que continuaremos juntas por justiça por eles e contra todas as formas de violência política, que ainda é muito frequente e forte no nosso país. Jamais vamos admitir a violência política como estratégia de construção dos espaços de poder. Nós lutamos contra o poder econômico que sustenta essa violência, e por isso atuamos no campo da luta anticapitalista. Que os mandantes e os assassinos sejam punidos, e nós continuaremos na luta por justiça”, disse Sonia Meire.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) busca a pena máxima de 84 anos, durante o júri, para os réus e ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, que confessaram ser o autor dos disparos e ter dirigido o veículo utilizado no crime. Sete jurados decidirão pela condenação ou absolvição. Marielle e Anderson foram vítimas de um ataque a tiros quando saíam de um evento na região central do Rio. Presos em 2019, os assassinos assumiram a execução e respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa das vítimas), além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, que também estava no carro.
“Quero também dizer que dentro deste processo de eleição, nós denunciamos aqui na Câmara uma violência política que ocorreu na nossa cidade, onde um jovem da direita, do PL, cometeu uma violência contra um militante. E hoje ele está sendo indiciado para que ele possa responder pelos atos que ele cometeu de violência política. E utilizando aqui o espaço da Câmara, eu gostaria de dizer, mais uma vez, que nós mulheres somos as maiores vítimas da violência política, assim como Marielle. E nós, por sermos do campo da esquerda, pagamos muitas vezes com a própria vida porque nós nos expomos de todas as maneiras para defender a igualdade, a equidade e a justiça social. Não é fácil estar neste lugar que nós estamos, mas nós nunca vamos nos acovardar, nem deixar de falar pelo que é justo, pelo que é correto e combater as injustiças da violência de gênero”, finalizou Sonia Meire.