Situação do trabalhador é tema de Sessão Especial na Câmara

por Fernanda Sales — publicado 05/05/2017 11h25, última modificação 20/11/2017 17h30
Situação do trabalhador é tema de Sessão Especial na Câmara

César de Oliveira

Na manhã desta sexta-feira, 5, foi realizada na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), uma Sessão Especial com o tema “O trabalhador do Século XXI: uma história de luta”. A sessão, que é de autoria do vereador Américo de Deus (REDE), teve o objetivo de discutir e debater sobre as questões trabalhistas e os direitos dos trabalhadores. Dentre os assuntos mais debatidos durante a sessão estão, a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização.

De acordo com o vereador Américo de Deus, é preciso debater esse tema para mostrar aos trabalhadores a real situação dos direitos dos trabalhadores. “É preciso socializar com todos o que vem acontecendo na sociedade atual. Os trabalhadores já lutaram muito e infelizmente com essas reformas trabalhistas o trabalhador é quem paga a conta, que vive numa corda bamba para manter o seu emprego”, falou o parlamentar agradecendo a todos os presentes e acrescentando que no país existem mais de 20 milhões de pessoas desempregadas. 

O Presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Edval Góis, parabeniza Américo por realizar este debate que é tão importante para valorizar os trabalhadores e faz um pronunciamento sobre a situação do trabalhador brasileiro. “Muitas categorias vem surgindo no Brasil e, infelizmente, ainda temos trabalhos infantis e o trabalho parecido com a escravidão, mas numa forma mais moderna, principalmente no Norte e Nordeste em fazendas e na área doméstica. Então é necessário fazer esses debates na sociedade no sentido de valorizar os trabalhadores, pois é a partir do trabalho que o ser humano tem seu pão de cada dia, esse é o meio de sobrevivência de todos e tem que ser valorizado”, afirmou.

Para o presidente da CTB, a Lei de Terceirização, a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência vai gerar o fim da Consolidações da Leis Trabalhistas (CLT), que é a garantia dos trabalhadores. “O que queremos é garantir a legislação. Não podemos acabar com o sonho dos pobres brasileiros que querem ter uma ascensão social. A lei da terceirização impede muitos sonhos dos trabalhadores, de futuramente realizarem concursos públicos. Com essa lei, passar em concursos será cada vez mais difícil. Essas reformas tem 71% de reprovação da população brasileira. É preciso respeitar o trabalhador e reestabelecer a democracia no Brasil”, finalizou Edval Góis.

Cláudio José Cerqueira, representante do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), fala sobre as manifestações ocorridas no último dia 28 de abril. “É preciso sim fazer alterações e atualizações nas leis e propostas de reformas, mas não da forma que está sendo feita. É preciso que a população brasileira reaja indo para a rua e contestando de forma pacífica como foi realizada na última sexta, pois essas reformas só beneficiam os patrões e fazem os trabalhadores perderem direitos conquistados com muita luta”, destacou o representante.

Segundo o vice-presidente da Nova Central Sindical, Alvino Aquino Santos, as propostas de reformas do governo só beneficiam empresários e empresas e os sindicatos deixarão de representar os trabalhadores. “Infelizmente quem vai representar o trabalhador é a própria empresa e os sindicatos serão esquecidos. Participei da greve geral e fui chamado de vagabundo. Isso é um absurdo com os trabalhadores que estão lutando por seus direitos”.

O deputado estadual Georgeo Passos, também participou da Sessão Especial destacando que muitos trabalhadores adquirem enfermidades no próprio ambiente de trabalho e ressaltou os acontecimentos com as reformas trabalhista e previdenciária. “É preciso refletir o que a sociedade deseja e está ficando bem claro que a sociedade é contra as reformas. Mas infelizmente, só a mobilização ainda é muito pouco. Porque tem ser dessa forma? Porque o trabalhador é quem paga sozinho essa conta?”, questionou o deputado alegando ser contrário às reformas.

Vereadores

Ainda estiveram presentes, durante a sessão, os vereadores Emília Corrêa (PEN), Lucas Aribé (PSB) e Seu Marcos (PHS). O vereador Lucas Aribé se pronunciou afirmando que é contrário a essas reformas. Em seu discurso, ele destacou as pessoas com deficiência que estão sendo prejudicadas com as reformas. “Não tem mais uma exigência para as empresas contratarem uma quantidade mínima de trabalhadores que possuam alguma deficiência”, disse.

Emília Corrêa declara que há dificuldade em ser político atualmente no Brasil. “Infelizmente existem políticos corruptos no Brasil, mas também existem políticos de bem que defendem a população, que sofre com toda essa roubalheira. Essas reformas são cruéis, desumanas e criminosas. As reformas que deveriam ser feitas eram as Reformas Políticas e Tributárias, e estas estão engavetadas”, frisou.

Segundo o parlamentar Seu Marcos, o tema da sessão foi enriquecedor e elogiou os sindicatos que participaram da Greve Geral. “Os sindicatos e todos os manifestantes estão de parabéns. Precisamos dizer não a tudo o que prejudique os nossos direitos. Então vamos nos unir, pois o trabalhador unido jamais será vencido”, finalizou.