"Sem denúncia não há mudança”, afirma Emília
por Assessoria de Imprensa da parlamentar
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publicado
29/08/2018 15h40,
última modificação
29/08/2018 15h39
Na Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), a vereadora e defensora pública Emília Corrêa (Patriota) saiu mais uma vez em defesa das mulheres, pedindo rigor nas investigações que apontam o radialista George Magalhães como suspeito de agressão seguida de estupro contra uma ex-funcionária e falou sobre a importância da denúncia em casos de violência contra mulher.
“Toda mulher que é agredida, incomoda e toca em todas nós mulheres. E dificilmente uma mulher vai acusar um homem de agressão sem ser verdade, porque mesmo a gente incentivando a denúncia é muito difícil para quem vive uma situação como essa falar sobre o assunto. Mas, é necessário não se calar seja quem for o agressor, não importa se é radialista, vereador, médico ou qualquer personalidade pública, influente, tem mesmo que denunciar”, pontuou.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 154 casos de estupro são denunciados por dia no Brasil e que houve um aumento de 46% de 2010 a 2016 em registro de denúncias em casos de violência contra mulher. “Os números falam por si, e não me digam que a culpa é da vítima, seja pela roupa que usava, o local que estava ou o horário, a culpa nunca é da vítima e eu fico feliz que as mulheres estão tendo coragem de denunciar”, afirmou.
Na oportunidade, Emília lembrou de outra denúncia contra um influente da sociedade, em que uma jornalista o acusava de assédio sexual. “É preciso deixar muito claro a importância de denunciar e não deixar passar sem a devida importância casos como esse. Há um tempo atrás uma jornalista muito conhecida sofreu um constrangimento, por parte de uma pessoa pública e até onde nós sabemos, não deu em nada, porque claro o acusado era uma pessoa muito influente. Vivemos agora outro caso, que é com o radialista George Magalhães também influente, porém uma vítima que é uma pessoa simples e o risco de não dar em nada é muito maior e isso me preocupa”, pontuou.
A parlamentar falou ainda sobre a força da união das mulheres em não se calar e garantiu que continuará acompanhando o caso de perto para que haja esclarecimentos e se provada a culpa o acusado seja punido.
“Continuo acompanhando o caso, em contato com a advogada da vítima sem passar grandes detalhes porque o nosso medo é que não dê em nada, e nós que lidamos com casos parecidos de pessoas que nos procuram sabemos que sem o devido cuidado nesse primeiro momento, acaba realmente não dando em nada. Nós estamos aqui para dizer que isso não pode ser assim, é preciso haver a denúncia - sem ela não há mudança, a investigação e a punição dos culpados. Volto a dizer que as mulheres precisam sim denunciar, apesar da dor e do constrangimento de uma situação dessa, é graças a essa denúncias e muita luta que hoje nós temos a Lei Maria da Penha e que o Feminicídio está no código Penal, somos o quinto país na mortalidade e violência contra mulher e isso tem que ter um fim”, concluiu.