Ricardo Vasconcelos fala da necessidade da criação de uma carreira de estado para o médico do SUS

Na manhã desta terça-feira, 04, o presidente da Casa Parlamentar, Ricardo Vasconcelos (PSD), usou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para pontuar a necessidade da criação de uma carreira de estado para os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente informou que uma das maiores queixas da população aracajuana é sobre a qualidade da saúde da capital. 

"Nós, que percorremos todos os bairros de Aracaju, estamos constantemente dialogando com a população, e uma das maiores queixas do passado, do presente e eternamente, talvez, será acerca da qualidade da saúde do nosso município. Tantos vereadores já passaram por essa Tribuna, tantos outros passarão e, talvez, as suas falas fiquem em vão. Mas nós não poderemos, jamais, deixar de demarcar posição. Porque entra governo e sai governo e a gente não vê melhorar nada na saúde pública de nenhum lugar", expressou Ricardo.

O presidente também comentou sobre os questionamentos em relação à ausência de médicos na rede pública e enfatizou que essa falta é em decorrência dos baixos salários da categoria. "Como que vai aparecer médicos com salários tão deploráveis como os que nós temos hoje?", indagou.

Ricardo também pontuou o resultado de uma pesquisa recente sobre a média salarial do médico em Sergipe. "Foi feita uma pesquisa, recentemente, que a média salarial de um médico de 20 horas aqui no nosso estado gira em torno de 3.500 reais. Sabe quanto um promotor, um juiz, um defensor ganham? Sem desmerecer nenhuma profissão, eu quero que todos ganhem muito bem, porque todos merecem muito. Agora, é inadmíssivel que tantas outras carreiras recebam tão bem e sejam reconhecidas e o médico, que é tão importante para nossa sociedade, tenha uma média salarial de 3.500 reais no serviço público", destacou.

O parlamentar também fez um apelo aos próximos prefeitos das cidades sergipanas. "Eu espero que os próximos prefeitos de Sergipe deem exemplo para o país, valorizem os nossos médicos. Pode cobrar dedicação exclusiva, mas que remunere de forma digna. Têm tantos outros profissionais de outras áreas que ganham muito mais que o médico e estudaram muito menos e dão um retorno social à sociedade muito menor", expressou.

Finalizando o seu discurso, Ricardo exibiu um gráfico mostrando o percentual de apenas 8% de atratividade da categoria em trabalhar no setor público e pontuou que eles não se sentem atraídos, porque são mal remunerados e que basta existir vontade política para mudar essa realidade, já que dinheiro tem de sobra e o que não tem é vontade de pagar bem o médico", concluiu o presidente.