Projeto de macrodrenagem na antiga zona de expansão é criticado por Sonia Meire

por Manuella Miranda- Assessoria de Imprensa do Parlamentar — publicado 04/11/2024 17h11, última modificação 04/11/2024 17h20
Projeto de  macrodrenagem na antiga zona de expansão  é criticado por Sonia Meire

Foto: Luiz Mário Santana

Os trabalhos legislativos retornaram na última quinta-feira (01) na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) e a vereadora Sonia Meire (PSOL) utilizou a tribuna para criticar a obra de macrodrenagem na antiga Zona de Expansão. A parlamentar não é contra a execução da obra, mas está preocupada com a forma que ela vem sendo feita e principalmente o impacto ambiental que ela pode causar no rio Vaza-Barris.   

 
“Retornamos após o recesso e, apesar de ter tirado cinco dias para descansar um pouco, recarregar as baterias e cuidar da nossa família, nós não paramos por muito tempo o nosso trabalho, porque a cidade não para, a cidade vive com toda a sua potência e também com todos os seus problemas. E nesse sentido eu gostaria de fazer um destaque de um dos problemas que nós estamos enfrentado antes mesmo do recesso e que venho acompanhando. Trata-se do projeto de macrodrenagem na região dos bairros da antiga Zona de Expansão, mais especificamente no bairro do Mosqueiro, mas que também atinge moradores de outros bairros, como o bairro Areia Branca, ali no final da Orlinha Pôr do Sol e todas as pessoas envolvidas”, disse a vereadora.
 
A obra de macrodrenagem é necessária, porém, para a sua execução, é preciso o cumprimento de vários pontos que estão sendo violados pela Prefeitura Municipal de Aracaju. Não foi identificado o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), nem documentos que autorizam a obra e que garantem a condição de proteção do meio ambiente. Não existe no projeto, e nem foi iniciado nenhuma obra que trate os esgotos, fazendo o tratamento do que vai ser colocado no rio Vaza-Barris.
 
“A obra está muito avançada, e os moradores da região, as associações dos moradores e as pessoas que trabalham na pesca e na cata de marisco, além dos povos tradicionais, estão preocupadas e se reuniram parando as máquinas há um mês atrás. Nós fizemos uma representação junto ao Ministério Público Federal, e é muito importante que a Câmara Municipal se envolva nessa questão, porque é muito grave o que pode acontecer a partir dessa intervenção, sem o controle ambiental correto e sem o diálogo com a comunidade. Muitas dessas pessoas já vêm sendo ameaçadas há um tempo, por conta da toda especulação, inclusive imobiliária, nessa região. O rio Vaza-Barris é único rio que ainda se utiliza, com maior segurança, não só para banho, mas também para cata de marisco nos seus manguezais e também para pesca. E o rio corre o risco de ficar inútil para essas funções”, destacou Sonia Meire.
 
A vereadora ainda destacou o que aconteceu com rio Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju, que hoje está poluído, cheio de esgoto, com barcos encalhados, sem condições de navegação. “O que aconteceu no rio Santa Maria pode acontecer com o Vaza-Barris. Nós chamamos a atenção da população e nós temos o dever de nos posicionar contra qualquer obra que contribua para acabar com o que ainda restou depois de tanto crime ambiental. Aracaju está construída em cima de mangues, de lagoas aterradas e de rios que foram transformados em esgotos”, finalizou a vereadora.