Projeto de Ângela Melo que integra doulas à rede de saúde de Aracaju é aprovado na CMA

A Câmara Municipal de Aracaju aprovou nesta terça-feira, o Projeto de Lei 64/2022, de autoria da vereadora professora Ângela Melo (PT), que participação de doulas no atendimento a gestantes antes, durante e após o parto na rede municipal de saúde Aracaju.

O Sistema Único de Saúde(SUS ) no Brasil reconhece a importância das doulas no processo de parto e, desde 2014, tem uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher que prevê o acesso das mulheres a esse tipo de profissional.

De acordo com a política, as doulas podem ser integradas às equipes de saúde das maternidades e hospitais públicos, desde que haja um acordo entre a gestante, a doula e a equipe de saúde. No entanto, a disponibilidade de doulas no SUS pode variar de acordo com a região e a instituição de saúde.

Algumas cidades e estados brasileiros já possuem projetos e iniciativas para oferecer o serviço de doulas gratuitamente no SUS, como é o caso do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, por exemplo. “No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados para garantir o acesso das mulheres a esse tipo de profissional em todo o país”, explica Ângela Melo.

As doulas são profissionais de apoio à gestante, parturiente e pós-parto, que oferecem suporte físico, emocional e informativo durante todo o processo de nascimento do bebê. Seu papel é ajudar a mulher a se sentir mais segura e confiante durante o trabalho de parto e parto.

As doulas não realizam procedimentos médicos e não substituem o trabalho dos profissionais de saúde, como obstetras e enfermeiras. Em vez disso, elas trabalham em colaboração com a equipe médica para garantir que a gestante receba o melhor atendimento possível.

A psicóloga Neuraci Araújo, da Associação Sergipana de Doulas, lembra que os benefícios da presença de uma doula no processo de parto incluem a redução do tempo de trabalho de parto, a diminuição do uso de analgesia e de intervenções médicas, e a melhora da experiência de parto para a mãe e para o bebê. Além disso, a doula também pode ajudar a mulher a se preparar para o pós-parto, oferecendo apoio emocional e prático nos primeiros dias e semanas após o nascimento do bebê. Ela destacou que a iniciativa contribui para garantir o direito feminino em ter um parto humanizado.

“O trabalho da doula garante um suporte informativo,  físico e emocional durante a gestação que favorece diversos benefícios, entre eles, menor duração do trabalho de parto, redução de taxas de partos por via cirúrgica (cesárea), consequentemente redução com gastos hospitalares, menor taxa de partos prematuros, maior taxa de amamentação;redução dos níveis de percepção de  dor, redução de morte materna secundária; menor índice de internação precoce;  menor índice de histerectomia, maior percepção de experiência positiva do parto. Esta, por sua vez, é associada a um menor índice de sintomas de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão pós-parto”, exemplifica.