Professora Ângela Melo protocola Projeto de Lei que declara Ilma Fontes Patrona da Cultura de Aracaju

por Paulo Victor Melo, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 05/04/2021 08h50, última modificação 05/04/2021 14h05
Professora Ângela Melo protocola Projeto de Lei que declara Ilma Fontes Patrona da Cultura de Aracaju

Foto: Janaína Santos

“Aracaju e Sergipe perderam uma das suas mentes mais brilhantes, criativas e ousadas”. Com essas palavras, a vereadora Professora Ângela Melo (PT) lamentou a morte de Ilma Fontes, no último sábado, 03/04, em decorrência de um câncer de pele.

E como forma de reconhecimento à contribuição de Ilma Fontes para a produção cultural da capital sergipana, a parlamentar petista protocolou um Projeto de Lei que declara Ilma Fontes como Patrona da Cultura de Aracaju.

Pelo Projeto de Ângela Melo, fica estabelecido também o dia 10 de abril, data de nascimento de Ilma Fontes, como parte da semana de rememoração da vida e obra da produtora cultural, jornalista, poetisa, médica e cineasta.

De acordo com a propositura, todos os anos, na semana do dia 10 de abril, o poder público municipal deve desenvolver atividades artísticas, seminários, exposições e outros eventos sobre as produções e a história de Ilma Fontes.

Ressaltando a importância de Ilma Fontes para a história cultural de Aracaju, Ângela Melo pede o apoio dos colegas parlamentares na votação da proposta. “Ilma foi uma mulher inovadora, que criou diversas iniciativas vanguardistas em nossa cidade e que formou diversas gerações de artistas. Não há um agente cultural de Aracaju que não reconheça em Ilma uma inspiração. Por isso, temos o dever de reconhece-la oficialmente como Patrona da Cultura de Aracaju”, disse.

Sobre Ilma Fontes

“Médica de formação, jornalista na atuação e cineasta por sonho”. Assim, Ilma Mendes Fontes costumava se apresentar publicamente. Nascida em 10 de abril de 1947, em Aracaju, Ilma estava prestes a completar 74 anos de uma história de vida marcada pela inquietude, pelo pioneirismo e pela resistência ao ordinário, como estampava em seu periódico O Capital.

Há exatos dois anos, em abril de 2019, Ilma lançou dois livros. O primeiro foi “Nervuras: Poesia em Carne Viva”, obra em que, como ela declarou à época, reunia poemas “esfolados em carne viva”. No mesmo mês, veio “Tempo bom, Tempo ruim”, uma autobiografia que, como disse a própria Ilma, “necessitava de um segundo volume”.

Mas a contribuição de Ilma começou há muitos anos e se deu em diversas áreas. Foi a responsável pela direção do primeiro longa metragem sergipano, “Arcanos – O Jogo”, em 1980; escreveu o roteiro do curta metragem “A Taieira”, de 1986, e da série “A última semana de Lampião”, também de 1986.

Ilma também dirigiu o Departamento de Produção da TV Educativa de Sergipe, onde fez inúmeros documentários, dirigiu programas e coordenou produções audiovisuais.

Presidiu o Conselho Municipal de Cultura, foi presidenta da Funcaju. Foi curadora do Espaço Cultural da Assembleia Legislativa, diretora da Galeria Horácio Hora e do Complexo Cultural Lourival Batista, tendo coordenado os Prêmios Santo Souza (de poesia) e Núbia Marques (de contos).

Em sua gestão na Funcaju, Ilma criou o concurso de Poesia Mário Jorge e instalou o monumento “Pássaro Azul”, em frente a casa da família do poeta, na praça Tobias Barreto, materializando um desenho de Mário Jorge que leva o mesmo nome de um poema de sua autoria

Integrou o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, o Conselho Estadual de Cultura, foi diretora do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe e do Sindicato dos Radialistas também de Sergipe.

Ilma foi ainda fundadora da Associação Sergipana de Psiquiatria e fundadora dos jornais Folha da Praia, Vídeo Artes News e Jornal da Cultura. Escreveu em jornais e revistas do Brasil e do exterior, participou de dezenas de antologias de poemas, compôs juris de poesia, teatro, literatura, música, cinema, fotografia e ganhou prêmios locais e nacionais.