Professora Ângela Melo apresenta Projeto que cria a Medalha Poetisa Ilma Fontes em Aracaju

por Paulo Victor Melo, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 28/10/2024 15h31
Professora Ângela Melo apresenta Projeto que cria a Medalha Poetisa Ilma Fontes em Aracaju

Foto: César de Oliveira

Visando celebrar a história de vida de Ilma Fontes e, ao mesmo tempo, valorizar a produção cultural em Aracaju, a vereadora Professora Ângela Melo (PT) protocolou o Projeto de Resolução que institui, no Poder Legislativo Municipal, a Medalha Poetisa Ilma Fontes.

De acordo com a proposta, a Medalha será uma homenagem anual concedida pela Câmara Municipal de Aracaju a artistas que tenham destacada atuação profissional, política ou social em variadas expressões artísticas, como música, poesia, dança, teatro, cinema, pintura, desenho, literatura, história em quadrinho, escultura, grafite e/ou fotografia.

A diversidade das linguagens artísticas tem relação direta com a contribuição de Ilma Fontes, protagonista em diversas iniciativas culturais, que teve a sua trajetória interrompida no último sábado, 03/04, vítima de um câncer de pele.

Pelo Projeto de Ângela Melo, a Medalha Poetisa Ilma Fontes deve ser concedida todos os anos no mês de março, preferencialmente no dia 17, por ocasião das comemorações do aniversário de Aracaju, sempre em Sessão Especial da Câmara destinada a essa finalidade.

Conforme a proposta, qualquer entidade pública ou privada ligada ao campo cultural e/ou qualquer vereador de Aracaju podem indicar artistas para recebimento da Medalha. As indicações serão dirigidas à Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara, que deliberará sobre os nomes apresentados.

O projeto prevê que cada artista homenageado/a receberá uma medalha cunhada em bronze (contendo na frente a efígie de Ilma Fontes com alusão ao seu nome, data de nascimento e falecimento; e no verso, o brasão do Município de Aracaju circulado com a inscrição Medalha Poetisa Ilma Fontes) e um certificado, com timbre do Poder Legislativo de Aracaju, identificando o nome completo do/a agraciado/a, a data de entrega e as assinaturas dos membros da Mesa Diretora da Câmara Municipal.

Frisando a contribuição essencial de Ilma Fontes para a história cultural de Aracaju, Professora Ângela Melo pede o apoio dos colegas na votação da proposta. “É impossível falarmos sobre cultura em Aracaju e não falarmos de Ilma Fontes. Por isso, a Câmara deve aprovar a instituição da Medalha Poetisa Ilma Fontes como uma forma de reconhecer o seu papel para a nossa cidade”, disse Ângela.

A proposta de Ângela estabelece ainda que as despesas para a execução do Projeto de Resolução devem ser oriundas das dotações apropriadas consignadas no Orçamento do Município para o Poder Legislativo.

Sobre Ilma Fontes

“Médica de formação, jornalista na atuação e cineasta por sonho”. Assim, Ilma Mendes Fontes costumava se apresentar publicamente. Nascida em 10 de abril de 1947, em Aracaju, Ilma estava prestes a completar 74 anos de uma história de vida marcada pela inquietude, pelo pioneirismo e pela resistência ao ordinário, como estampava em seu periódico O Capital.

Há exatos dois anos, em abril de 2019, Ilma lançou dois livros. O primeiro foi “Nervuras: Poesia em Carne Viva”, obra em que, como ela declarou à época, reunia poemas “esfolados em carne viva”. No mesmo mês, veio “Tempo bom, Tempo ruim”, uma autobiografia que, como disse a própria Ilma, “necessitava de um segundo volume”.

Mas a contribuição de Ilma começou há muitos anos e se deu em diversas áreas. Foi a responsável pela direção do primeiro longa metragem sergipano, “Arcanos – O Jogo”, em 1980; escreveu o roteiro do curta metragem “A Taieira”, de 1986, e da série “A última semana de Lampião”, também de 1986.

Ilma também dirigiu o Departamento de Produção da TV Educativa de Sergipe, onde fez inúmeros documentários, dirigiu programas e coordenou produções audiovisuais.

Presidiu o Conselho Municipal de Cultura, foi presidenta da Funcaju. Foi curadora do Espaço Cultural da Assembleia Legislativa, diretora da Galeria Horácio Hora e do Complexo Cultural Lourival Batista, tendo coordenado os Prêmios Santo Souza (de poesia) e Núbia Marques (de contos).

Em sua gestão na Funcaju, Ilma criou o concurso de Poesia Mário Jorge e instalou o monumento “Pássaro Azul”, em frente a casa da família do poeta, na praça Tobias Barreto, materializando um desenho de Mário Jorge que leva o mesmo nome de um poema de sua autoria

Integrou o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, o Conselho Estadual de Cultura, foi diretora do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe e do Sindicato dos Radialistas também de Sergipe.

Ilma foi ainda fundadora da Associação Sergipana de Psiquiatria e fundadora dos jornais Folha da Praia, Vídeo Artes News e Jornal da Cultura. Escreveu em jornais e revistas do Brasil e do exterior, participou de dezenas de antologias de poemas, compôs juris de poesia, teatro, literatura, música, cinema, fotografia e ganhou prêmios locais e nacionais.