Professora Ângela Melo apresenta PL que renomeia Centro Cultural de Aracaju para Centro Cultural Ilma Fontes

por Paulo Victor Melo, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 28/10/2024 15h31

“Sempre que alguém for à praça General Valadão acompanhar atividades artísticas no Centro de nossa cidade saberá que aquele espaço leva o nome de uma das maiores protagonistas da história cultural de Aracaju e de Sergipe”.

Expressando o objetivo de manter viva a obra de Ilma Fontes que a vereadora Professora Ângela Melo (PT) protocolou um Projeto de Lei propondo a alteração do nome Centro Cultural de Aracaju para Centro Cultural Ilma Fontes.

Na justificativa da propositura, Ângela lembra que, dentre tantas realizações e atividades, Ilma presidiu a Funcaju, órgão ao qual o Centro Cultural é vinculado. “Nada mais justo que a Prefeitura de Aracaju renomear um dos principais equipamentos públicos da Funcaju para Centro Cultural Ilma Fontes”, defende Ângela.

Destacando a importância de Ilma Fontes para a história cultural de Aracaju, a parlamentar petista pede o apoio dos colegas na votação da proposta. “Mudar o nome daquele espaço público é uma forma de reconhecimento à incansável dedicação de Ilma Fontes ao setor cultural de Aracaju por mais de cinco décadas”, acredita.

Sobre Ilma Fontes

“Médica de formação, jornalista na atuação e cineasta por sonho”. Assim, Ilma Mendes Fontes costumava se apresentar publicamente. Nascida em 10 de abril de 1947, em Aracaju, Ilma estava prestes a completar 74 anos de uma história de vida marcada pela inquietude, pelo pioneirismo e pela resistência ao ordinário, como estampava em seu periódico O Capital.

As complicações decorrentes de um câncer de pele, porém, interromperam a sua trajetória, no último sábado, 03/04.

Há exatos dois anos, em abril de 2019, Ilma lançou dois livros. O primeiro foi “Nervuras: Poesia em Carne Viva”, obra em que, como ela declarou à época, reunia poemas “esfolados em carne viva”. No mesmo mês, veio “Tempo bom, Tempo ruim”, uma autobiografia que, como disse a própria Ilma, “necessitava de um segundo volume”.

Mas a contribuição de Ilma começou há muitos anos e se deu em diversas áreas. Foi a responsável pela direção do primeiro longa metragem sergipano, “Arcanos – O Jogo”, em 1980; escreveu o roteiro do curta metragem “A Taieira”, de 1986, e da série “A última semana de Lampião”, também de 1986.

Ilma também dirigiu o Departamento de Produção da TV Educativa de Sergipe, onde fez inúmeros documentários, dirigiu programas e coordenou produções audiovisuais.

Presidiu o Conselho Municipal de Cultura, foi presidenta da Funcaju. Foi curadora do Espaço Cultural da Assembleia Legislativa, diretora da Galeria Horácio Hora e do Complexo Cultural Lourival Batista, tendo coordenado os Prêmios Santo Souza (de poesia) e Núbia Marques (de contos).

Em sua gestão na Funcaju, Ilma criou o concurso de Poesia Mário Jorge e instalou o monumento “Pássaro Azul”, em frente a casa da família do poeta, na praça Tobias Barreto, materializando um desenho de Mário Jorge que leva o mesmo nome de um poema de sua autoria

Integrou o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, o Conselho Estadual de Cultura, foi diretora do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe e do Sindicato dos Radialistas também de Sergipe.

Ilma foi ainda fundadora da Associação Sergipana de Psiquiatria e fundadora dos jornais Folha da Praia, Vídeo Artes News e Jornal da Cultura. Escreveu em jornais e revistas do Brasil e do exterior, participou de dezenas de antologias de poemas, compôs juris de poesia, teatro, literatura, música, cinema, fotografia e ganhou prêmios locais e nacionais.