Professor Bittencourt é contra a PEC da privatização do ensino superior público

por Acácia Mérici, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 31/03/2017 07h10, última modificação 20/11/2017 11h08
Professor Bittencourt é contra a PEC da privatização do ensino superior público

César de Oliveira

Nesta quinta-feira, 30, o vereador Professor Bittencourt parabenizou os deputados federais da bancada de Sergipe que votaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aprovaria a cobrança de mensalidade de cursos de extensão e pós-graduação em universidades públicas.

“Meus aplausos aos deputados que defendem a universidade pública gratuita. A PEC da privatização prejudica a população. Lamento o voto a favor feito por dois deputados: André Moura (que precisa defender os interesses do presidente Michel Temer) e Valadares Filho (que caminhou ao contrário dos interesses de uma parcela expressiva população brasileira)”, destacou o parlamentar.

De acordo com o vereador, a PEC da privatização abre precedentes para que, futuramente, os filhos dos mais humildes não tenham acesso à universidade pública. “Só a partir do governo Lula que a grande maioria começou a entrar na universidade pública brasileira. Esse processo tem extensão e vai na mão de quem quer desmontar o estado brasileiro, fincado em base da Constituição de 1988. Infelizmente, se repetem gestos de políticos sergipanos a favor disso”, lamenta.

Conhecimento

O vereador Professor Bittencourt conhece o ensino superior em todas as suas vertentes. Em 1990, foi presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde graduou-se em História.

“Naquele período, já discutíamos sobre as investidas dos governos anteriores (Militar, Sarney e Fernando Collor) na perspectiva de abrir as portas da privatização do ensino público superior. Diversas ações do movimentos civil, estudantil e de professores já tratavam de modo consistente e enfático contra qualquer tipo de ação desta natureza”, recordou.

Bittencourt comentou, ainda, que toda sua formação é baseada na experiência adquirida nos dois universos do ensino superior brasileiro.

“Minha formação intelectual, política e acadêmica foi construída nos corredores, nos assentos, nas conversas, nos debates, nas conferencias da Universidade Federal de Sergipe. Minha formação profissional é focada nas ações como professor, pesquisador, coordenador de curso e gestor na Universidade Tiradentes, onde ministro a disciplina ‘Teorias da História’, instituição a qual sinto muito orgulho e tenho honra de integrar”, destacou.

Ainda durante o discurso, Bittencourt enfatizou que houve muitos avanços na universalização dos níveis de ensino, seja básica ou superior. “Quando era estudante, a UFS tinha cerca de 5 mil estudantes. Hoje, são mais de 35 mil. Comecei na Unit com 4 mil alunos. Hoje, são algo em torno de 30 mil. Abrimos o leque e o acesso, tanto na rede pública quanto privada, a partir dos governos democráticos. As próprias universidades privadas, em todo o Brasil, receberam estímulo do governo federal. Isso é importantíssimo”, salientou.

Professor Bittencourt encerrou a explanação destacando que é preciso cada vez mais reascender os olhares frente ao ensino superior público.

“Infelizmente, tem existido a tentativa do total desmantelo dos avanços sociais. Ao abrir esse precedente da cobrança de mensalidade nos cursos de pós-graduação, abre a possibilidade da cobrança dos cursos regulares de graduação nas universidades públicas. É preciso ser extremamente atentos aos 8 deputados federais que representam mais de 2 milhões de sergipanos. Sob suas responsabilidades, mãos e mentes, estão tarefas importantes. Parabenizo a todos que votaram contra o processo de privatização da universidade pública que, graças à reflexão e à pressão popular, foi rejeitado. Enfatizo meu repúdio aos que votaram a favor, especialmente àqueles que dizem ‘preocupados com o social’. Eles deveriam honrar seus compromissos com os interesses da população de Aracaju, em especial por uma parcela ávida a ter acesso à universidade pública”, finalizou.