Professor Bittencourt destaca o protagonismo feminino e chama atenção para a violência contra a mulher
Na semana de comemorações pelo dia internacional da mulher, o vereador Professor Bittencourt (PCdoB) utilizou a tribuna na sessão desta quinta-feira, 10, para destacar a importância do protagonismo feminino e abordar outras duas temáticas relevantes que envolvem as mulheres.
“Precisamos cada vez mais tratar dessa temática, que é um papel de todos nós, todos os seres humanos que se dizem minimamente civilizados. É, sobretudo, um papel da seara política. É preciso que a democracia, a liberdade, as interlocuções e os debates existam plenamente. Tratar da pauta do protagonismo feminino, da saúde da mulher e da inserção da mesma na política, diz respeito a todos nós. Essa é uma temática muito delicada, porque é uma temática de natureza histórica, cultural, política, muito arraigada”, destacou.
Em seu discurso, o parlamentar também enfatizou a temática do aborto, que recentemente foi amplamente discutida na Câmara Municipal de Aracaju. “A questão do aborto é um tema muito delicado, eu não tenho autoridade nenhuma para dizer o que a mulher fará com o corpo dela. Eu tenho empatia diante das dores e das delícias de ser mulher, mas quero chamar a atenção para quando nós, homens, cometemos abortos diariamente”.
“O aborto do homem é o abandono da criança. A criança já está posta e o homem abandona a criança, abandona a mulher. Quantos de nós cometemos o aborto diariamente, e aí não é para o feto, é para aquele que olha e vê a mãe violentada, agredida, apanhando. Aquele que vê e não tem a referência de pai. Precisamos olhar cada vez mais para esse aspecto”, pontuou.
Ainda em sua fala, Bittencourt comentou os dados do levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado na última segunda-feira, 07. No ano passado, o Brasil registou um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas. Ao todo, foram registrados 56.098 boletins de ocorrência de estupros, incluindo vulneráveis, apenas do sexo feminino. A taxa média de estupros e estupros de vulneráveis foi de 51,8 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino.
“Enquanto estamos falando aqui, a cada dez minutos uma mulher é estuprada, e às vezes, as coisas são naturalizadas e as mulheres são culpabilizadas pelo estupro, porque vestem a roupa ‘x’ ou ‘y’, ou porque estavam em determinado lugar e em tal hora. Além de ser a vítima da violência, que é o estupro, ela ainda é acusada de ter provocado o estupro por conta da roupa que estava vestindo”.
Finalizando o seu discurso, o parlamentar enfatizou que “o pior lugar para a mulher é a casa dela, o maior agressor das mulheres são os seus companheiros. Esse é um grande debate, pois não há justiça sem que efetivamente as mulheres se sintam incorporadas e que o agressor delas sejam exemplarmente punidos”, finalizou.