Presidente do Conselho de Segurança dos bairros América e Novo Paraíso pede fortalecimento da Polícia Comunitária
Na manhã desta terça-feira (26/11), o espaço Tribuna Livre da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) recebeu o presidente do Conselho de Segurança dos bairros América e Novo Paraíso (Conseb), José Airton dos Santos, para discutir a necessidade de ampliação do efetivo das polícias comunitárias nos bairros da capital.
De acordo com José Airton, as policias comunitárias exercem um importante papel junto às comunidades por integrá-las e ter mais afinidade com as demandas locais e dos moradores. Segundo o presidente do Conseb, poucos locais em Aracaju possuem este tipo de policiamento atualmente.
“A Polícia Comunitária teve início no estado de Sergipe em 1996, no bairro América, mas quase não existe mais em nossa cidade. No bairro América, existe ainda um Posto de Atendimento ao Cidadão, o PAC, que fica no Santuário São Judas Tadeus desde que foi fundado, mas como fazer uma polícia comunitária sem ter efetivo?”, questiona José Airton.
“A comunidade daquela região é composta por bairro América, Novo Paraiso, Tiradentes, Lourival Batista, Capucho, Veneza I; toda aquela área ao lado da Petrobras, a área ao lado da antiga penitenciária. É uma área que abrange 36 mil habitantes, é muito grande para se ter apenas uma viatura e dois policiais. No início, a polícia comunitária tinha duas viaturas e três motos que fazia a segurança junto com a guarda municipal. Hoje, tem dias que não tem viatura e a população fica sem ronda. A gente pede ao governador do estado que reestruture a polícia comunitária. A secretaria nacional de segurança pública envia verbas para isso”, afirma o presidente do Conseb.
O que disseram os vereadores
Segundo a vereadora Sônia Meire (PSOL) é necessário a construção da segurança pública com participação e controle social. A vereadora reforça que existe legislação estadual prevendo a formatação de uma segurança pública com participação popular e atuação das forças de segurança dentro das comunidades.
“No entanto, o Estado de Sergipe abandonou completamente o seu plano de ação dentro dessa perspectiva. Nós tivemos uma polícia comunitária forte em períodos passados, inclusive sob a liderança de doutor Wellington Mangueira, que fez um trabalho muito importante naquele período. Infelizmente, esse projeto foi abandonado”.
Para o vereador Sargento Byron – Estrelas do Mar (MDB) a política pública de segurança atual é baseada em um sistema de mobilidade, ido na contramão aos PACs, que são pontos fixos nas comunidades. “Devido ao quantitativo de efetivo ainda temos uma deficiência. O governo do Estado tem se preocupado em suprir as baixas que a polícia tem devido às aposentadorias, aos militares que ingressam em outras carreiras, mas ainda assim não tem sido suficiente. O planejamento de segurança pública é feito diante de uma mancha criminal. Eu não conheço quais aspectos voltados aos crimes cometidos no bairro América, mas há de se pensar em colocar junto ao secretário de segurança pública a necessidade de fortalecimento da polícia comunitária novamente.
O vereador Elber Batalha (PSB) diz que esse modelo de polícia foi implantando por um humanista de esquerda, se referindo a Wellington Mangueira. “Hoje o modelo implementado e defendido pelas opções políticas que muitas pessoas têm feito é o da polícia que mata. Só que se esquecem que essa polícia mata o filho dos pobres e se torna também a polícia que mais morre”.
A Tribuna Livre
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