Presidente do CADNI solicita criação de Protocolo Municipal de Cuidado às doenças neuroimunes
A presidente do Centro de Apoio às Pessoas com Doenças Neuroimunes - CADNI, Ingrid Rosane Gomes Dos Santos, discursou durante a Tribuna Livre, na 23ª Sessão Ordinária, realizada na manhã desta terça-feira, 11, no Plenário Vereador Abrahão Crispim. A representante realizou uma apresentação dos sintomas, diagnóstico, tratamentos possíveis e dificuldades enfrentadas pelas pessoas com doenças neurológicas autoimunes ou imunomediadas em Aracaju.
Ingrid Rosane solicitou aos vereadores a criação de um protocolo municipal de cuidado às doenças neuroimunes e pediu ainda o levantamento de dados sobre o quantitativo de pessoas diagnosticadas na capital sergipana. “Faz-se necessário a criação de um Protocolo municipal de cuidado e futuramente transformá-lo em Lei Municipal para garantir a continuidade das ações deste serviço”, pontuou.
A representante do CADNI pleiteou também a tramitação de Leis que possam contribuir com o pleno exercício democrático das pessoas diagnosticadas com doenças neuroimunes. “Pedimos apoio desta Casa para termos as garantias previstas no artigo sexto da Constituição Federal: direito à saúde, à educação, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao transporte, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção a maternidade e à infância e à assistência aos desamparados”, apelou.
De acordo com Ingrid Rosane, as doenças neurológicas autoimunes ou imunomediadas acontecem no sistema nervoso central e possuem sintomas que nunca desaparecem desde formigamento, perda da visão parcial ou total, dores crônicas, dificuldades cognitivas, perda da força, fadiga extrema, falta de equilíbrio e até depressão. “Não são doenças contagiosas, não são doenças mentais e não têm cura. O tratamento consiste em minimizar os sintomas. Até hoje não se sabe a causa. Estudos apontam a genética, infecção por vírus ou questões ambientais e hormonais”, esclareceu.
A Presidente do CADNI também expressou satisfação pela presença de membros da associação em uma reunião da Comissão de Saúde da CMA. “Pudemos partilhar essa temática com os vereadores. O município de Aracaju tem um importante papel para possibilitar o tratamento multidisciplinar às pessoas diagnosticadas. É necessário ainda promover a capacitação dos servidores da rede assistencial para realizarem os primeiros encaminhamentos, terem sensibilidade para atender da maneira correta e eficaz contribuindo, assim, para um diagnóstico mais rápido”, afirmou.
Apartes
O vereador Pastor Diego (PP) enfatizou a questão dos medicamentos para tratar as pessoas com doenças neuroimunes. “Tem algo básico que me chama atenção que é a medicação para controle da doença impedindo que manifeste. Precisa ser tomada a cada 28 dias e só é fornecida no HU. Porém, esse prazo não tem sido cumprido. Temos que cobrar para que tenham o tratamento no tempo adequado. O município também pode ser responsável por fornecer o medicamento”, sugeriu.
A vereadora Emília Corrêa (Patriota) manifestou apoio pela causa. “Somente quem sabe é quem passa. A gente sente um abandono total, primeiro em divulgar sobre o assunto. O passo inicial é esse. Pode contar sim com o nosso mandato. Não tenho dúvida que cada vereador aqui vai querer abraçar essa causa. Estamos de portas abertas e vamos cobrar do Poder Público, nesse caso, do ente municipal”, assinalou.
Para o parlamentar Sargento Byron (Republicanos), "pouco a pouco, vamos tendo ciência das dificuldades enfrentadas, no dia a dia, pelas pessoas que passam por tratamento de doença rara. Pastor Diego foi muito pertinente em trazer as responsabilidades do município de Aracaju para que a gente possa, através da força do Parlamento, fazer com que a política pública voltada à assistência de saúde para as pessoas com doenças raras seja efetivada no município”, disse.
A vereadora Professora Ângela Melo (PT) comentou sobre a relevância da exposição desse assunto na Tribuna Livre. “É importante para que as pessoas compreendam o que são essas doenças e, ao compreender, possamos lutar por políticas públicas na área da saúde. É fundamental a criação do protocolo para garantir as políticas públicas. Outra questão é a composição da rede de profissionais para cuidar e dar proteção”, destacou.
De acordo com a parlamentar Sheyla Galba (Cidadania), "um paciente com doença rara é quase a mesma coisa de um paciente com câncer em relação aos exames que precisam ser realizados, mas o Estado e o Município não oferecem. Conversamos com o diretor do HU, no início do ano, e ele disse que iríamos enfrentar uma crise muito grande com a falta de contraste no Brasil. A gente fica sem saber como ajudar essas pessoas que precisam fazer esses exames. Conte sempre com a gente. O que pudermos fazer, a gente vai se somar nessa luta”.
O vereador Breno Garibaldi (União Brasil) parabenizou a vinda do CADNI à Câmara Municipal. “Como é importante vocês estarem aqui, a gente vê temas que, de fato, eu não tinha conhecimento. É importante que vocês estejam em todos os lugares explicando e trazendo essa consciência para a população. Hoje eu sei da importância do diagnóstico precoce. Pode contar com essa Casa e com a ajuda dos vereadores”, comentou.
O parlamentar Isac (PDT) expressou satisfação com a presença do CADNI na Tribuna Livre. “A Comissão de Saúde e eu, que estou como Presidente da Comissão, estamos nos colocando à disposição de vocês. Já se sintam convidados a participar da nossa próxima reunião para que a Comissão possa apresentar ações. Que esse Parlamento seja mais uma força em prol do cuidado das pessoas com doenças autoimunes”, afirmou.
O vereador Cícero do Santa Maria (Podemos) colocou-se à disposição para ajudar o Centro de Apoio às Pessoas com Doenças Neuroimunes. “Estou às ordens naquilo que pudermos ajudar. Podem contar comigo”, disse. Por fim, o vereador Fabiano Oliveira (PP) também colocou-se à disposição, “pode contar com o nosso humilde apoio”, assinalou.