Presidente da Câmara de Aracaju denuncia a situação precária dos mangues na capital
Foto: Gilton Rosas
Na manhã desta quinta-feira, 13, o vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), presidente do parlamento municipal, usou o Grande Expediente para denunciar a situação precária dos mangues na capital sergipana.
“Nós temos percorrido a cidade de Aracaju e temos percebido as condições deploráveis que se encontram nossos mangues. Quem passa na região do Jardins, vê a situação em que está o Tramandai; quem passa na Coroa do Meio, vê a situação do encontro do Rio Sergipe com o Rio Poxim e o mar; no Bugio e na Soledade, nem falar é bom. O poder público pode culpar a população pela falta de educação ambiental ou por sujar os locais, mas a função dele é justamente minimizar esses impactos. Ainda que nosso povo esteja errando em jogar lixo nos canais e nos rios, o poder público tem que estar lá permanentemente fazendo as limpezas”, falou o parlamentar.
O parlamentar chamou atenção também para a situação de outros bairros como o Jabotiana, 13 de julho, Farolândia e Industrial que sofrem com a sujeira dos rios que passam por esses locais. “A gente vê a mesma situação e parece que é normal. Ninguém faz nada para romper isso. Estamos aqui cobrando que a Emurb, a Sema, Deso, Ministério Público Federal tomem providência”, cobrou.
Vasconcelos ressaltou ainda que é necessário que o poder público tenha como prioridade a garantia do básico para a população antes de pensar em obras públicas, por exemplo. “Construir praças, abrir ruas, instalar semáforos inteligentes, isso tudo só pode ser prioridade quando o básico estiver funcionando bem. E o que é? Saúde pública e assistência social funcionando, não faltar vaga em creches, etc. Mas ainda tenho esperanças de que o povo valorize o gestor que realmente cuide da coisa pública, e, acima do concreto, venha o ser humano”, disse.
Apartes
O vereador Breno Garibalde (REDE) parabenizou o discurso do presidente do parlamento e ressaltou sua felicidade em ver a pauta ambiental ganhando força na Casa. “É muito triste ver o que está acontecendo em Aracaju. Ontem fui no Inácio Barbosa, aquele bosque que tem ali, está tudo caindo. O rio está avançando e não temos providência nenhuma em relação àquilo. As árvores estão morrendo, o ecossistema sendo modificado, o Rio Poxim morrendo também e o pessoal pescando ali. Todas aquelas construções margeando o rio de forma irregular e ninguém faz nada. É impressionante o fedor do esgoto escorrendo in natura. Não estava chovendo e a gente vê a água descendo das manilhas pro rio; e se isso está acontecendo, é esgoto ligado de forma irregular”, denunciou.
A vereadora Professora Sonia Meire (PSOL) também pediu um aparte. “É preciso ter um plano de monitoramento e investimento de recursos das áreas de aterros. Já apresentamos várias indicações e nunca foram atendidas. Agora, a duplicação da ponte Godofredo Diniz também terá sérios problemas, e sequer conhecemos o estudo de impacto ambiental dessa obra. Além dessa obra, temos também a construção de mais duas pontes que chegarão ao bairro Coroa do Meio. A falta de revisão do plano diretor contribui para o avanço cada vez maior da destruição ambiental da nossa cidade”, falou.
O vereador Bigode do Santa Maria (PSD) reforçou a grave situação do canal do bairro Santa Maria. “As caixas elevatórias da Deso de tratamento de esgoto não funcionam. De tanto jogar aquela água preta e imunda para o rio, não há mais mariscos para o pescador”, enfatizou.
Reajuste dos salários dos servidores públicos
Para finalizar, o vereador falou sobre a votação do reajuste salarial dos servidores públicos municipais. “Esse parlamento cumpriu com a palavra. Tentamos abrir o diálogo com o Executivo, seguramos até onde pudemos, mas, a partir do momento que a Prefeitura disse que não havia mais possibilidade de avançar, estamos hoje pautando o projeto para decidir o que faremos por esses servidores. Mais uma vez, o parlamento municipal não soltou a mão dos trabalhadores do município de Aracaju ”, ressaltou.