Para Bittencourt, o PCdoB classifica a prisão de Lula como arbitrária
O vereador Professor Bittencourt (PCdoB) usou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para ler uma nota do diretório Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) sobre a prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, ocorrida no último sábado, 7. No texto, assinado presidenta Nacional, Luciana Santos, e pré-candidata à Presidência da República, Manuela D’Ávila, o PCdoB define a prisão como arbitrária e conclama a sociedade para unir as forças democráticas em defesa da democracia e da soberania popular.
“Por mais que defendamos bandeiras de diversas cores e matizes, vivemos um momento de reflexão sobre o Brasil e a nossa trajetória da República. Trata-se da prisão de um ex-presidente da República. Se olharmos a história política do Brasil, veremos que alguns foram caçados e, de alguma forma, foram submetidos a pressões diversas, com situação vexatória e até mesmo cometer suicídio. Todos eles, sem exceção, foram submetidos a constrangimentos dessa natureza porque fizeram a opção de cuidar dos interesses mais caros da população em detrimento dos interesses dos mais ricos e mais poderosos”, recordou Bittencourt.
Para o parlamentar, o cenário atual no Brasil é de dúvidas e de sensibilidade. “Vivemos um momento de muitas incertezas no estado democrático de direito, no ponto de vista da realização das eleições livres este ano no Brasil. Não tenhamos a surpresa se amanhã haverá alguma ‘alternativa legal ou jurídica’ que leve à não realização das eleições 2018, em especial para presidente da República. A Câmara é uma Casa política, com homens e mulheres livres e detentores de diversas opiniões. Precisamos analisar o Brasil atual com seriedade, equilíbrio, respeito e profunda preocupação”, destacou.
_Confira a nota do PCdoB na íntegra:_
Amplitude, mobilização e luta pela liberdade de Lula
Consumou-se mais uma etapa do golpe de agosto de 2016. O maior líder político do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está arbitrária e injustamente preso. É um preso político. Está no cárcere por força de vereditos encomendados, previamente tramados. Nenhuma prova foi apresentada contra ele. As sentenças foram alicerçadas tão-somente em declarações de criminosos confessos que ganharam em troca benesses e privilégios da chamada lei da delação premiada.
Que se diga a verdade. Lula está preso porque no país, com umas das maiores desigualdades sociais do mundo, ele governou sobretudo para os pobres. Está encarcerado porque pôs o Brasil de pé. Com ele, o país passou a se relacionar de forma altiva com as grandes potências do sistema internacional. Lula está preso por ter lançado as bases de um ciclo de desenvolvimento soberano, democrático e de progresso social.
Lula está preso porque, conforme atestam todos os institutos de pesquisa, é hoje o pré-candidato à Presidência da República com mais apoio popular. Sua prisão e sua exclusão da disputa presidencial se constituem uma espécie de exigência das forças reacionárias que promoveram a ruptura democrática.
Que nenhum cidadão, nenhuma cidadã, nenhuma liderança ou partido político, sobretudo do campo progressista, se deixem enganar. A prisão de Lula não é um fato isolado, é parte de um plano cujos alvos são o Estado Democrático de Direito, a soberania do país, a democracia e os direitos sociais e trabalhistas.
A liberdade a Lula deve ser, a partir de hoje, uma bandeira a ser erguida bem alto por todas as forças democráticas, populares e patrióticas.
Para o PCdoB, as forças progressistas devem ter o seguinte norte: amplitude (agregar o mais amplo leque de forças políticas e sociais), mobilização, inclusive, com sucessivas e diversificadas comitivas à Curitiba, resistência ativa, em ondas crescentes, nas ruas, nas Casas Legislativas, nas redes sociais, em todos os espaços possíveis, até que a jornada democrática e popular liberte Lula dessa injusta prisão.
São Paulo, 7 de abril de 2018
Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil - PCdoB
Manuela D’Ávila
Pré-candidata do PCdoB à Presidência da República