Os novos ares que sopram na Câmara Municipal de Aracaju, por Ricardo Marques

A Câmara Municipal de Aracaju está crescendo e aparecendo. As últimas semanas foram intensas e movimentadas por causa dos projetos enviados pelo executivo em relação ao reajuste salarial dos servidores e reestruturação de algumas categorias. A reclamação constante dos sindicatos foi a falta de negociação e diálogo com a Prefeitura de Aracaju. 

Em verdade, essa é uma reclamação que se repete nessa atual gestão. Estando como vereador de Aracaju, há pouco mais de três anos, já testemunhei situações em que não houve uma conversa, uma construção coletiva e tão pouco uma troca de ideias e informações entre os Poderes Executivo e Legislativo. Via de regra, os projetos enviados pelo prefeito de Aracaju chegam de cima pra baixo, sem consideração e respeito algum pelos vereadores. 

O atual prefeito ignora que a harmonia entre os poderes é desejável e frutífera para o desenvolvimento de uma cidade e do seu povo. Com os projetos de reajuste e reestruturação das categorias, apresentados na última semana, não foi diferente, foi literalmente um Deus nos acuda. Todos os vereadores foram inundados de mensagens, ligações e visitas para que pudessem  ser ouvidos em seus pleitos. Dessa forma, não posso deixar de comentar sobre a coragem exercida pelo presidente Ricardo Vasconcelos , que abriu as portas da casa do povo para que nós vereadores pudéssemos conversar com os servidores municipais. Em verdade, fizemos o possível e o impossível para ouvir todas as categorias, a própria Câmara Municipal de Aracaju serviu como ponto de encontro dos trabalhadores municipais que recorreram aos seus representantes para terem seus direitos mantidos e/ou ampliados. 

Até onde tenho informação, nunca antes na história da câmara dos vereadores, o povo teve tanto acesso às dependências e a nós vereadores para reclamarem e pedirem aquilo que não tiveram oportunidade de fazer junto ao chefe do executivo. Falando agora como um agente político e atual vereador de Aracaju, a Câmara não fez feio. E após pressão de todos os lados e soma de esforços, conseguimos vencer algumas lutas e garantir alguns poucos avanços para os servidores, além claro de garantir o reajuste dos servidores. Não obstante, não posso deixar de registrar a luta dos agentes de trânsito que disseram um não categórico a proposta enviada pelo prefeito Edvaldo Nogueira e pediram para que o PL não fosse pautado. Os vereadores ouviram o pedido e atenderam a categoria. 

Em política, existe sempre o possível e o impossível. Durante muito tempo, a Câmara Municipal de Aracaju fora apelidada de casa do amém. Quem acompanhou a votação dessa semana não poderá usar dessa vez esse adjetivo pejorativo. A Câmara e os vereadores fizeram o dever de casa em abrir a casa do povo para o povo, a oposição teve protagonismo e travou o bom combate ao lado dos servidores, apresentou emendas e lutou até o apagar das luzes. Aquilo que era considerado impossível está se tornando possível. Como digo sempre, um parlamento forte e independente é o que precisamos para ajudar no desenvolvimento da cidade de Aracaju. 

Sigamos em frente, a luta continua.