"Nosso patrimônio histórico não pode ser negligenciado pelo Estado Brasileiro", afirma Bittencourt

por Acácia Mérici, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 06/09/2018 09h07, última modificação 06/09/2018 09h07
"Nosso patrimônio histórico não pode ser negligenciado pelo Estado Brasileiro", afirma Bittencourt

Foto: Assessoria do parlamentar

O vereador Professor Bittencourt (PCdoB) usou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju nesta quarta-feira, 05, para falar sobre o incêndio que destruiu o Museu Histórico Nacional, no último dia 02. O parlamentar classificou o acontecimento como irreparável para a história do povo brasileiro.

“Precisamos pensar na necessidade de preservação e da ampliação do nosso patrimônio histórico, artístico e cultural. Precisamos repensar a nossa história, nossa brasilidade e resgatar o sentimento de pertencimento de uma nação. O patrimônio prejudicado é sem precedentes. Perdemos uma biblioteca de quase 500 mil volumes, mais de 20 milhões de itens catalogados, diversos manuscritos e documentos antigos daquela antiga casa da família Real e um rico acervo de anos de pesquisas do campo da antropologia, das ciências naturais e sociais”, lamentou Bittencourt, que é professor de História.

O vereador comentou que essa tragédia aconteceu como reflexo da falta de compromisso do poder público federal com manutenção da história e pelo desprezo com a ciência.

“Há um descompromisso com o cuidado e o zelo patrimonial em todos os campos do Brasil. É fundamental tratar com atenção. Um país que pretende ser civilizado e construir referências por um mundo mais humano, digno e solidário, não deve neglicenciar seus patrimônios. Não podemos esquecer o incêndio no Museu da Língua Portuguesa, no Instituto Butantã e tantos outros espaços que estão estrutural e humanamente negligenciados, a exemplo do Museu do Ipiranga, em São Paulo”, destacou.

Ainda na Tribuna, Professor Bittencourt pontuou que o estado brasileiro precisa olhar com mais critério a tudo que representa a história. Ele chamou atenção para que a sociedade não se descuide da construção de bens símbolicos para que a identidade de um povo não seja perdida.

"O Arquivo Público Estadual tem o mais antigo documento da existência de Sergipe, que são as Cartas de Sesmarias transcritas por Felisberto Freire, em 1881. Seria interessante uma parceria público-privada para concluir essa transcrição para que tivéssemos o registro de nascimento de Sergipe. Temos o Arquivo Público Municipal com documentos e fotografias. O Museu Histórico de Sergipe, em São Cristóvão, é um dos museus de artes sacras mais extraordinários do Nordeste. A Biblioteca Pública Epifânio Dorea possui um rico acervo. O Instituto Histórico e Geográfico é um bálsamo para o conhecimento de todas as gerações", enumerou Bittencourt, ressaltando, ainda, o Arquivo Judiciário. "O Poder Judiciário em Sergipe trata o Arquivo com muito carinho. É um dos mais completos do Brasil pela conservação do acervo, pela estrutura, pela disponibilidade para que as pessoas possam pesquisar", disse.