No Dia dos Bancários, Iran Barbosa defende a valorização dos profissionais
Na data em que se comemora o Dia dos Bancários, 28 de agosto, o vereador Iran Barbosa (PT) dedicou o seu discurso para parabenizar os profissionais e fazer uma reflexão sobre o cenário que envolve a contradição entre o discurso da crise e o aumento do lucro dos bancos. Na Câmara Municipal de Aracaju, nesta terça-feira, o parlamentar utilizou dados para consubstanciar a sua análise.
De acordo com os números, em 2017, os cinco maiores bancos brasileiros lucraram cerca de 64,9 milhões, tendo um avanço de 21% em comparação ao ano de 2016, mesmo ocorrendo uma queda da Taxa Selic. Além disso, apesar do aumento no lucro, esses mesmos bancos registaram uma queda de 1,3% na concessão de crédito. “Inicialmente, concluímos que os números mostram que não há crise para os banqueiros”, alertou Iran, pontuando alguns fatores que contribuem para o aumento crescente do lucro dos bancos.
“Os dados chamam a atenção para o fato de que o acúmulo do lucro não ajudou a movimentar a economia do nosso país. Ou seja, os bancos só acumulam patrimônio, riqueza e lucro, mas não cumprem a função de partilhar esse acúmulo porque não investem, na mesma proporção, no crédito”, analisou Iran, acrescentando que a falta de regulamentação para o setor financeiro permite, também, que o lucro seja acumulado sem controle por parte do Poder Público.
Ganho de Eficiência
“O especialista em investimentos Mauro Calil afirma que o principal fator que explica a alta de lucro nos bancos é o ganho de eficiência, que, segundo ele, está associado ao fechamento de agências e atrelado ao fortalecimento de canais de atendimento online. O discurso expressa, cinicamente, que essas medidas tendem a aumentar a lucratividade porque fecham os bancos, demitem os bancários e investem em automação. Ou seja, o lucro dos banqueiros se dá às custas do sacrifício dos trabalhadores e trabalhadoras”, explicou Iran.
“A automação do setor bancário deveria ser utilizada em prol dos trabalhadores ao invés de gerar desempregos”, defendeu.
Bancos públicos
O vereador aproveitou o momento para defender os bancos públicos brasileiros, sendo contrário à privatização. “Não há competição no setor bancário, já que entre os cinco primeiros só há um banco público brasileiro, o Banco do Brasil. Isso significa dizer que a baixa competitividade permite que os bancos cobrem as taxas que querem, submetendo o usuário”, disse o vereador.
O parlamentar lamentou o pouco investimento dos bancos públicos em iniciativas econômicas, já que “reservam os seus recursos para financiar seus próprios projetos, abrindo a lacuna para o setor privado”. Por fim, Iran Barbosa defendeu a valorização profissional dos bancários, lembrando nomes que passaram pela Câmara Municipal e que representaram dignamente a categoria, como foi o caso de Abrahão Crispim.