Manuel Marcos lamenta que as mulheres ainda tenham que lutar por igualdade
O vereador Dr. Manuel Marcos (PSD) utilizou a tribuna do grande expediente da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), na manhã desta quarta-feira (9), para falar sobre as desigualdades entre homens e mulheres, numa alusão ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.
O parlamentar, que também é médico obstetra, lamenta que o dia 8 seja um dia de luta em busca de igualdade. Para Manuel, isso é motivo de tristeza, já que acredita que todos devem ser tratados igualmente. “Eu, que faço partos, não vejo diferença entre as crianças que nascem. Elas são exatamente iguais, cada uma com sua fisiologia e morfologia. Por que a mulher tem que lutar por essa igualdade? Isso, a meu ver, é irracional. Não consigo conceber”, lamenta.
Manuel faz um apanhado histórico, com datas e marcos em que as mulheres conseguiram avanços em seus direitos. “É um longo processo histórico que nos envergonha. Apenas em 1827 que as meninas tiveram acesso à escola. Em 1910 o primeiro partido político foi criado por mulheres, em 1932 as mulheres tiveram direito a voto, em 1988 a igualdade foi reconhecida pela Constituição Federal, a Lei do Divórcio só veio em 1977, o Estatuto da Mulher em 1972 e, em 2015, a Lei do Feminicídio”, pontuou.
Ele também chama atenção para as dificuldades que as mulheres no Brasil são submetidas quando se trata sobre saúde pública e clama por respeito. “Peço atenção a quem administra a saúde no Brasil: tenha respeito às mulheres. Eu sei que tem sido feito alguma coisa, mas é preciso não deixar as mulheres vagando em busca de atendimento. As mulheres não precisam de generosidade do Estado, elas precisam da obrigação do Estado. Tem mulheres que há 2 anos estão com requisições de médicos e não conseguem atendimento. Isso é um descaso da saúde pública, que não é só em Aracaju ou em Sergipe, isso é no Brasil. Eu opero gente de todo o Brasil. Vem muita gente de Alagoas, Pernambuco e da Bahia para receber atendimento aqui. Ver essas mulheres clamando em busca de saúde me mata”, diz.
“Ter cuidado com as mulheres não é só oferecer flores é ter gestos e uma prática regular de respeito por essa igualdade. Eu não faço só no discurso. Eu respeito a mulher na minha prática diária; na minha casa , no exercício da minha profissão. Tenho uma revolta com o Brasil. Os mandatários não respeitam nem a saúde e nem a educação de qualidade. Eu tenho sensibilidade humana para ver o sofrimento do outro”, finalizou.