Lucas faz reflexão sobre a falta de Intérprete da Libras no ensino de Aracaju

por Maraisa Figueiredo, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 04/10/2017 11h55, última modificação 04/10/2017 12h32
Lucas faz reflexão sobre a falta de Intérprete da Libras no ensino de Aracaju

Gilton Rosas

Com um discurso bastante caloroso, o vereador Lucas Aribé, do PSB, utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) no Grande Expediente, na manhã de terça-feira, 03, para fazer uma reflexão sobre a problemática do não atendimento aos alunos surdos na rede de ensino do município de Aracaju.

Segundo Lucas, o município não tem os intérpretes da Libras e o que vinha sendo feito era a mesma prática cometida pelo Estado. “Continuam fazendo os processos simplificados e quando o contrato se encerra, ficam sem os profissionais na rede e ensino”, explica.

O parlamentar continua comentando que conversou com os dirigentes do Ipaese (Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe), a única escola bilíngue de Sergipe sobre a situação da escola. “Os alunos têm acesso a todas as disciplinas que compõem a grade curricular de um aluno de ensino fundamental e médio, mas ocorre que a Instituição, a exemplo da APADA, APASE entre outras estão fechando as portas. O Ipaese está vivendo uma fase difícil de convênios que são firmados e não são pagos pelo Poder Público. Já existe a possibilidade da escola não oferecer mais o ensino médio”, lamenta.

Aribé explica que recentemente se reuniu com a secretária da educação de Aracaju e ela afirmou que a gestão municipal está pensando em colocar os alunos com deficiência auditiva no Ipaese para que a escola faça esse atendimento em uma escola bilíngue. “Ocorre que estamos no mês de outubro e o ano letivo já está acabando e as pessoas surdas estão sendo atendidas de que forma? Perder o ano é um prejuízo sem tamanho e aqui não é discurso de oposição não porque isso não é feito com filho de autoridade. Nenhum deles tem filho surdo não, porque se tivesse já teria resolvido esse problema”, aponta.

Para o vereador, as pessoas surdas estão querendo estudar e ter sua formação com qualificação. “A maioria deles não tem condições de pagar uma escola particular por receber apenas o benefício do BPC. Eles vão para o ensino público municipal e não tem o intérprete da Libras. É lamentável isso. A mesma coisa acontece com o Estado porque ainda tem alguns intérpretes na base do Processo Simplificado e o Ministério Público já solicitou concurso para a área e não fazem”, explana.“O problema é que o ano já está indo embora e esse pessoal vai ficar sem atendimento e sem aula. Já pensou em um aluno surdo em sala de aula sem o intérprete? Como ele vai se comunicar? É o mesmo que tratar um ser humano como se fosse um objeto e tê-lo como figura decorativa”, finaliza.

Central de Intérprete da Libras

O parlamentar diz que a Central de Intérprete da Libras, criada em 2016 pelo Estado já foi fechada e não completou nem um ano de funcionamento. Fui um dos que mais lutou nessa Casa pela criação da CIL desde o início do meu mandato e venho cobrando uma solução. Isso é discurso de oposição? Isso é revolta porque essas pessoas com deficiência são cidadãos e merecem respeito”, completa.