Lucas Aribé chama atenção para estrutura precária da Orla Pôr do Sol
Inaugurada em 12 de novembro de 2010 como um dos mais belos espaços públicos da cidade de Aracaju, a Orla Pôr do Sol, no bairro Mosqueiro, continua atraindo visitantes graças à exuberância da natureza, mistura perfeita de rio, mar e mangue. Até aí, tudo é lindo, mas a estrutura construída para receber sergipanos e turistas confortavelmente, resultado de um vultoso investimento de mais de R$ 5,4 milhões – com recursos federais –, está decadente, abandonada.
São 600 metros de um calçadão esburacado e inseguro, com trechos intransitáveis; madeiras soltas no piso, no guarda-corpo e pregos enferrujados produzem riscos iminentes. No cais, erguido para que embarcações maiores recebessem passageiros, uma solitária placa, pendurada a grosso modo, avisa: “Perigo. Interditado”. Não era para menos. A estrutura aparenta estar a um passo do desabamento.
“A Orla Pôr do Sol é um belo espaço de Aracaju, muito frequentado, mas que no momento requer um tratamento urgente do poder público. Não podemos deixar que um ambiente tão bonito como este continue assim, porque aqui representa um patrimônio do povo. Serei vigilante e cobrarei dos órgãos responsáveis que cumpram o seu papel, para que a situação não se agrave ainda mais”, afirma o vereador Lucas Aribé (PSB), que pretende protocolar indicações para que os problemas sejam resolvidos.
“Sou nativo da região e o que vejo é a orla à mercê, entregue às baratas. Um idoso ou uma criança pode tentar se apoiar nos troncos soltos da mureta e cair. O cais está ruindo, já cedeu no meio, não tem praticamente mais nada dos blocos e as ferragens estão corroídas e à mostra. Desde que foi construído, esse lugar nunca passou por uma reforma. Fizeram e pronto, deixaram aí, esqueceram”, reclama o marinheiro Afonso Pereira dos Santos, 24 anos.
Algumas tentativas de reparos já foram feitas pelos pescadores e moradores da região, como paliativo, mas as histórias de acidentes são comuns. “Uma vez uma mulher pisou e a tábua solta bateu no rosto. Outra senhora estava caminhando no calçadão, o piso cedeu e o pé dela entrou, quase entortou o tornozelo”, relembra Afonso.
De passeio em Aracaju com a família, o paulista Rodrigo Alves Dantas, 33, executivo da Serasa, lamenta as condições da Orla Pôr do Sol. “A cidade tem uma receptividade muito boa, mas uma estrutura assim deixa a desejar. Eu, que tenho filha pequena, acho até perigoso. Ela pode cair num buraco desses e se machucar, e aí, além do sofrimento, o prejuízo fica para mim e não para a prefeitura”, critica.
Outros problemas
A situação da orla inspira cuidados em todos os aspectos. Postes parecem estar despencando; há fiação exposta; não existem banheiros públicos – somente nos restaurantes –; o lixo toma conta da vegetação e corre para o rio, principalmente em dias de chuva. “Aí é importante também fazer um apelo para que a população se conscientize e não descarte a sujeira no meio ambiente. O serviço de limpeza é de responsabilidade da prefeitura, mas é preciso que os cidadãos façam a sua parte e zelem por este espaço que é de todos nós”, comenta Lucas Aribé.
Segundo a assessoria de comunicação da Empresa Municipal de Obras e Urbanização, a estrutura de madeira do calçadão precisa de uma manutenção permanente. A Emurb fez um levantamento do que é necessário para recuperar toda a extensão da orla e já dialoga com a Secretaria de Estado do Turismo, para que as obras sejam realizadas por meio dos Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Setur está realizando licitação para viabilizar o projeto. De acordo com a assessoria do órgão estadual, todo o processo deve ser concluído nos próximos 30 dias e a previsão é de que os serviços sejam iniciados nos próximos dois meses.