Linda participa de Live “Mulheres Brasileiras Contra o Facismo”
Na tarde desta segunda-feira, 15, a vereadora Linda Brasil (PSOL), conversou com a ativista, comunicadora e membra da Assembleia Mulheres Brasileiras Contra o Fascismo- BCN, Amanda Araújo. Compartilharam experiências da trajetória de luta de ambas.
Linda narrou seu início na luta, quando entrou no Grupo Dialogay, o primeiro movimento sergipano a pautar os direitos da população LGBTQIA+, e que continuou na caminhada, somando com outras lutas. “Eu fui a primeira mulher trans a fazer parte de um coletivo de mulher cis, que é o Coletivo de Mulheres de Aracaju”, lembrou.
Amanda coloca da importância da ocupação de mulheres trans e negras nos espaços de poder, que através dessas atuações é possível desafiar a ordem de um sistema que continua a exterminar as corpas trans, negras e outras. Ela acrescenta que o Brasil é um dos países que mais extermina pessoas trans.
“A transfobia é estrutural e institucional, então tem todo um processo de descolonização que precisamos passar.”, refletiu Amanda.
Linda fala dos desafios no parlamento, quando a maior parte da bancada é de apoio a gestão, e isso acarreta na fragilidade de uma das principais funções do parlamento que é cobrar e supervisionar as ações da gestão. Sobre ser uma mulher trans no parlamento, Linda fala sobre a importância e a responsabilidade enquanto representante de tantos segmentos invisibilizados.
“Não adianta essas corpas ocuparem esses espaços de poder e não incomodar. As mulheres trans, negras. A política é construída através desses coronéis, essa elite dominou a política, arte, a cultura, e nós LGBTS, negros e negras, sempre fomos excluídos desse processo, e é essa sociedade que a gente vive que elegeu um fascista, que representa tudo isso. Representa esse colonizador, esse machismo, racismo e LGBTfobia”, ressaltou.
Amanda coloca como muitas vezes a religião é utilizada de forma distorcida para disseminar o ódio. Exemplificou o caso de Laysa Fortuna, mulher trans assassinada por um adepto de Bolsonaro.
Por fim, elas refletem a importância de novas narrativas e atuações para reconfigurar o cenário político e social no país.