Linda Brasil reforça a defesa dos que trabalham como extrativistas da Reserva de Mangaba do Santa Maria
por Laila Batista, Assessoria de Imprensa da Parlamentar
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publicado
28/10/2024 07h00,
última modificação
30/10/2024 15h28
Na manhã desta terça-feira, 07, as trabalhadoras/es da Comunidade Extrativista de Mangaba Padre Luiz Lemper, localizada no bairro Santa Maria, estiveram presentes na Câmara Municipal de Aracaju para denunciar a forma como a Prefeitura de Aracaju tem atuado de forma irresponsável ao retirar o espaço de trabalho das extrativistas ao criar a Resex por meio de decreto, e sem diálogo com as trabalhadoras/es extrativistas.
As/os ativistas alegaram que de acordo com a Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação, uma Resex ao ser criada, deve ter como objetivo principal o bem estar da comunidade tradicional, respeitando suas especificidades. No entanto, a Prefeitura implementou por via de decreto e de forma irregular, por não cumprir com seu objetivo principal.
Além disso, a ação derrubou mais de 70 árvores nativas, entre as quais, 60 são pés de mangabeiras (patrimônio imaterial e cultural de Sergipe), 18 de cajueiro e 4 de Ouricuri. Para a parlamentar Linda Brasil (PSOL), a ação promovida pela gestão municipal é inadmissível.
“É incoerente anunciar a criação de uma reserva que nasce a partir do ecocídio promovido pela própria Prefeitura. É muito errado derrubar as mangabeiras da última comunidade de extrativismo na mangaba de Aracaju, a última comunidade extrativista, que deveria ser protegida e cuidada. E ainda tentando colocar o movimento de moradia contra o movimento extrativista, isso é de uma perversidade tão grande, não tem nem o respaldo dos próprios lutadores/as por moradia”, afirma Linda.
O extrativista e uma das lideranças do movimento, Sr. Uilson de Sá, colocou em plenário como essas violações recorrentes de direitos humanos dos povos tradicionais tem representado uma destruição da cultura e memória de um povo tradicional. “O que o prefeito de Aracaju está fazendo com as reservas e com as famílias é torturante. Nós temos uma Lei internacional e uma Lei desta casa para proteger o extrativismo, então eu venho pedir aos senhores se possível, uma Comissão de Direitos Humanos para acompanhar aquelas famílias”, enfatizou.
Apesar de todo o cenário de retirada de direitos da população trabalhadora e vulnerável das áreas extrativistas, parlamentares da bancada do governo municipal fizeram a defesa da derrubada das árvores, e acusaram o movimento de ser contra a construção de moradias, tais práticas colaboram para a criminalização das/os extrativistas e suas lutas.
Saúde da população trans
Na ocasião, a vereadora informou sobre a realização do 1º Seminário Integral da Saúde de Pessoas Trans, que aconteceu no auditório do Hospital Universitário (HU-UFS), organizado pela TransUnides (Associação de Travestis Unidas na Luta pela Cidadania).
“Entre os vários temas discutidos, foi abordada a dificuldade encontrada por pessoas trans e travestis ao acesso à saúde pública e de qualidade, em especial pela falta do ambulatório trans. Ambulatório esse que nós criamos a emenda para implantação, e até hoje a secretária municipal de saúde não recebe nem a mim que fui autora da emenda, quanto aos movimentos sociais. Quando a gestora esteve nessa casa, ela foi questionada, no entanto, não respondeu e apenas se referiu ao ambulatório de Lagarto”, colocou.
Por fim, a parlamentar falou da decisão histórica, efetivada pelo juiz Herley da Luz Brasil, da Justiça Federal do Acre, que determina a inclusão de questões sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo populacional desse ano, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Lamentavelmente, o Governo Federal por meio de uma nota, comunicou que irá recorrer da decisão.
“Essa é uma reivindicação histórica do nosso movimento, pois, através dos dados, de informações sobre quantidade e condições de vida de uma determinada população, é que se pode criar políticas públicas”, ressaltou.
ONU Atheneu
Linda também falou sobre sua participação de maneira remota da maior simulação de uma Assembleia da ONU na América Latina, realizada pelos alunos do Colégio Atheneu Sergipense. Um orgulho para todo o nosso estado.
“Essa simulação realizada pelos estudantes foi um verdadeiro laboratório de ciências sociais, diplomacia, ciência política, política internacional e direito. Um evento brilhante para despertar na comunidade acadêmica a importância da luta pela defesa dos direitos humanos, do meio ambiente, das mulheres, das pessoas negras e das pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência e toda a população que vive em situação de vulnerabilidade social”, relatou.
A vereadora parabenizou a instituição educacional e toda a equipe e direção que compõe, pela 4ª edição do Atheneu ONU. Destacou a importância de uma juventude consciente do seu papel política nas transformações sociais.