Linda Brasil participa na Audiência Pública “Sororidade: Mulheres que apoiam outras mulheres”
por Laila Oliveira, Assessoria de Imprensa da parlamentar
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publicado
28/10/2024 07h00,
última modificação
28/10/2024 15h09
A parlamentar Linda Brasil (PSOL) na manhã dessa sexta-feira, 12, participou de momento de fortalecimento, partilhas e voltado para a luta pelo direito e bem-estar das mulheres sergipanas. A Audiência Pública “Sororidade: Mulheres que apoiam outras mulheres”, realizada pela Câmara Municipal de Aracaju, através de requerimento da vereadora Emília Correia (Patriota).
A audiência contou com a participação de mulheres de diversas esferas: Tribunal de Justiça, Câmara Municipal de Aracaju, Assembleia Legislativa de Sergipe, Defensoria Pública, gestoras municipais, representantes da Segurança Pública e movimentos sociais.
A vereadora Linda Brasil (PSOL), destacou a importância do espaço, e parabenizou a vereadora Emília Correia pela iniciativa. Na ocasião, refletiu que é preciso entre as mulheres, compreender a diversidade das mulheres, que ainda coloca algumas mulheres em posição de privilégio em detrimento de outras. Chamando atenção para as dificuldades de mulheres negras e trans.
Linda foi autora do requerimento da audiência pública realizada na última segunda-feira, dia 08 de março, que discutiu como enfrentar a violência contra mulher. “Essa semana já tivemos audiência pra tratar do plano municipal de enfrentamento a violência contra mulher. Falar de sororidade nesse momento tão difícil que estamos enfrentando e que se potencializou com o isolamento social, como foi colocado pela vereadora Angela Melo (PT), aumentou os índices de violência. Muitas das violências são sofridas em ambiente doméstico, por isso, é importante estarmos unidas contra essa violência, contra esse machismo estrutural. As pessoas não conseguem compreender que o machismo é uma questão cultural”, afirma.
Outro ponto destacado por Linda é a necessidade de fortalecer a criação de redes de apoio entre as mulheres. Dentro desta perspectiva ela trouxe a importância também do reconhecimento das demandas das mulheres negras estarem encampadas neste processo e aproveitou para falar de um conceito que aparece no cenário de lutas que é a dororidade. “Tem o conceito da dororidade que é um conceito que fala do lugar das dores, especialmente entre as mulheres negras de periferia em que o sofrimento é potencializado assim como acontece com as mulheres trans. Mulheres trans e travestis tem expectativa de vida de 35 anos. E por que? Quando levamos essa questão para a sociedade geralmente distorcem nosso discurso. Muitas de nós mulheres trans são levadas à prostituição. O Brasil é o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo. Precisamos formar essa rede, não podemos reproduzir fake news como o discurso da existência da ideologia de gênero.”, reflete a parlamentar.
A vereadora reforçou que é necessário levar informação para a sociedade, pois é através do diálogo e das informações, que será possível superar os preconceitos. “As pessoas precisam ser livres para vivenciar suas identidades de gênero, é perversa a lógica de opressão”, enfatiza.
A parlamentar fala da importância dos estudos de gênero enquanto subsídio para as políticas de enfrentamento à violência, e que é unânime a importância das políticas públicas, mas é urgente o processo educativo para o respeito às diverdades na sociedade.
“Vamos unir, fazer uma rede de apoio de solidariedade e fraternidade, só assim a gente vai combater. Aqui temos pessoas do executivo, legislativo, das organizações, movimentos sociais e estudiosas do gênero. É assim que vamos ocupar os espaços que nos foram negado, eu fui a primeira mulher trans a ocupar um espaço como esse na sociedade aracajuana”, afirmou.
A representante do Coordenadoria de Mulheres do Tribunal de Justiça, Rosa Geane, informou sobre a conquista da construção da Casa da Mulher Brasileira, agradeceu as mulheres que mediaram para que essa conquista fosse possível, como a vice-governadora Eliane Aquino e a senadora Maria do Carmo. “Gostaria de dizer que o TJ está à disposição de vocês, existem diferenças de pensamento, mas somos todas mulheres, estamos aqui para ajudar, para somar e temos muitas conquistas pra realizar.”, declara.
Dra. Alice Santos, Defensora Pública, colocou que é essencial as políticas públicas, muito maior do que as penalizações. “Que a sociedade tenha menos penas e mais políticas públicas, porque enquanto tivermos apenas o aumento de penas e o encarceramento em massa, quando o próprio estado achar mais fácil recorrer ao direito penal do que à política pública, não teremos igualdade de direito na sociedade. Não só o direito das mulheres que ocupam cargos eletivos, mas das mulheres periféricas.”, salientou.
A delegada do DAGV de São Cristóvão, Ana Carolina Machado destacou a importância da contribuição da polícia civil, na escuta e no acolhimento das vítimas, assim como Mariana Diniz, coordenadora do DAGV em Aracaju, reforçou o papel de acolhimento, de dar todo o suporte às mulheres vítimas de violência. Informou que só no ano de 2020 foram mais de 2000 boletins de ocorrência, fora as denúncias anônimas, a polícia civil não parou os atendimentos na pandemia.
A capitã da ronda Maria da Penha, Fabíola Góis, compartilhou a experiência da ronda, tanto no acolhimento, quanto no acompanhamento das famílias vítimas de violência. Apontou a importância da prevenção, através dos espaços formativos com a sociedade.
Um momento lúdico de de força foi a participação da artista Fernanda Aquino e David, que fortaleceu e parabenizou a realização da audiência. Evidenciou a importância da vitória de Linda Brasil e que essa conquista representa tantas mulheres ainda invisibilizadas.
Por fim, Linda destaca a iniciativa e a importância da atuação das mulheres nos espaços de poder, viabilizando cada vez mais a formulação de políticas de equidade de gênero na sociedade sergipana.