Linda Brasil homenageia Marielle Franco e cobrar respostas pela sua morte
Na manhã desta terça-feira, 15, a vereadora Linda Brasil (PSOL) ocupou o grande expediente para falar sobre os 4 anos da morte de Marielle Franco, vereadora pelo PSOL assassinada no Rio de Janeiro, e que até os dias atuais segue sem justiça.
“Ontem, dia 14 de março de 2022, completou 4 anos do assassinato de Marielle Franco, vereadora eleita na cidade do Rio de Janeiro, mulher preta, favelada, mãe, lutadora e defensora dos direitos humanos. Após 4 anos seguimos sem respostas para a mesma pergunta: Quem mandou matar Marielle? E por quê?”, indagou.
A parlamentar em um discurso emocionado, lembrou da luta coletiva de Marielle, e de suas diversas bandeiras de luta em defesa de uma sociedade mais justa e igualitária. E que sua trajetória é referência e coragem para muitas outras que ingressaram na luta.
“Sua luta, força e coragem nos faz germinar e crescer todos os dias. Sua luta pelas mulheres negras mobilizou e mobiliza diversas outras mulheres, como as trans e travestis, a ocuparem espaços na política. E essa nossa ocupação move estruturas, incomoda os poderes instituídos porque quem ainda tem muito privilégio nessa nossa sociedade profundamente marcada pela desigualdade social, pelo racismo, pela misoginia e intolerância de todos os tipos”, declarou.
A vereadora ressaltou que o assassinato de Marielle foi uma tentativa de silenciamento das mulheres na política, principalmente de mulheres negras. E que isso revela o quanto a democracia ainda é falha, por isso, a importância de ampliar com mais representações políticas de mulheres trans, travestis, negras e tantas outras e que tenham compromisso com a luta.
“Porque hoje nós mulheres que estamos ocupando esses espaços da política institucional acaba sendo cada vez mais forte a violência de gênero dentro desses espaços, basta ver as denúncias que ocorrem em câmaras e outros parlamentos, no Congresso Nacional, revela a tentativa de silenciamento e de aniquilamento da participação das mulheres na política, e do racismo estrutural de nosso país”, argumentou.
Linda enfatizou como o sistema contribui para a permanência de opressões, dessa forma, impedindo uma mudança estrutural através de mandatas e mandatos que se propõem a romper com a manutenção de privilégios.
“Precisamos seguir o exemplo de Marielle e lutar contra esse sistema capitalista, racista, patriarcal e heterocisnormativo, que opera para impedir, de forma estrutural, a realização de nossas mandatas e mandatos, e para aniquilar nossos direitos políticos”, declarou.
Por fim, a também educadora, destacou a importância da ocupação dos espaços políticos para uma mudança estrutural. “Quando mais de nós ocuparmos espaços que sempre nos foram negados, para transformar verdadeiramente a política, só então faremos a revolução e superaremos as barreiras que nos impedem de fazer justiça social”, asseverou.