Kitty revela estudo sobre impacto positivo do PL da Castração
A superpopulação de cães e gatos em Aracaju tem sido foco de alguns projetos da vereadora Kitty Lima (Rede), o mais relevante deles é o PL da Castração, já sancionado pelo prefeito Edvaldo Nogueira em abril deste ano. Nesta terça-feira, 3, a parlamentar usou a Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para revelar o resultado de um estudo solicitado por ela à Universidade Federal de Sergipe (UFS) sobre o impacto positivo desse projeto de lei tanto para a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), quanto para a sociedade.
De acordo com a vereadora, o alto índice de animais é um dos principais fatores que propiciam a proliferação de zoonoses, somado à falta de saneamento básico e ao crescimento desordenado das cidades. “Para se ter uma noção, em seis anos, um casal de gatos é responsável pela reprodução de 66 mil felinos. Estima-se ainda que, no Brasil, há um cão para cada quatro habitantes, e um gato para cada 14. Essa reprodução desenfreada traz inúmeros prejuízos à população, uma vez que cerca de 10% desses animais estão abandonados e acabam sendo portadores de doenças como a raiva, leishmaniose, leptospirose, por exemplo, que atingem também a saúde dos humanos”, explicou Kitty.
Baseada nesses dados, e com o reforço da Lei da Castração, Kitty solicitou à UFS um orçamento para uma futura parceria para a realização de procedimentos de castração nesses animais a fim de diminuir a reprodução desorganizada e o controle de zoonoses na capital. “O estudo apontou que o gasto com a castração será de R$ 10.602 para 100 fêmeas, e de R$ 6.362 para 100 machos. O resultado será um impacto direto na redução de cães e gatos nas ruas da cidade e, consequentemente, na proliferação de zoonoses. Em seis anos, a expectativa é de que a população de gatos seja reduzida em 6.700 mi e em 6.608 mi a de cães”, revela a vereadora.
Segundo Kitty, os procedimentos poderão ser realizados ainda em unidades móveis como o Castramóvel, nos hospitais veterinários, clínicas veterinárias e centro de esterilização. “Solicitei também à UFS um orçamento para criação do Hospital Veterinário Público por meio de uma parceria entre PMA e a instituição, uma vez que ela já possui uma estrutura pronta e que pode ser aproveitada para esse fim. Infelizmente o município não possui condições financeiras para construir uma unidade dessas, por isso, pensando na necessidade de criação desse hospital e na inviabilidade financeira da prefeitura, a saída que eu encontrei foi firmar essa parceria”, explicou.
Dignidade
O intuito da vereadora é garantir dignidade aos animais que ainda sofrem com o preconceito por parte da população que os consideram culpados pelo surgimento e proliferação de zoonoses. Prova disso foram os extermínios que ocorreram ao longo dos anos contra cães e gatos em Aracaju. “Entre 2010 e 2013 houve inúmeras eutanásias onde achavam que dessa forma o problema da superpopulação estaria resolvido. Ao todo foram 3.359 animais exterminados neste período sem nenhuma necessidade. A própria OMS [Organização Mundial da Saúde], no início da década de 1990, já havia mudado esse entendimento ao chegar a conclusão que esse ato atenta contra a dignidade do animal e por considerar que este não é um procedimento eficaz, pois os índices de zoonoses não baixavam”, pontuou Kitty.
A Lei da Castração, que trata sobre as formas de esterilização animal, mostra que Aracaju está em consonância com o que é aconselhado pelos estudos e pesquisas internacionais que colocam a castração como o melhor método para a redução de superpopulação animal. “Na semana em que se comemora o Dia Mundial dos Animais, fiz questão de mostrar aqui na Câmara que esse estudo de impacto reforça tudo aquilo que precisamos estar fazendo nesta Casa. Precisamos adotar uma política de castração desses animais, e não uma política de matança. Levarei esse estudo ao prefeito Edvaldo Nogueira e espero que ele se sensibilize com tudo que foi exposto e viabilize as medidas necessárias”, torce Kitty.