Kitty Lima celebra Sessão Especial em comemoração ao Dia Municipal de Adoção Animal
Na semana em que se comemorou o Dia Municipal de Adoção Animal, celebrado em 4 de outubro, e prevendo a necessidade de se discutir assuntos relacionados à conscientização e combate ao abandono de animais, a vereadora Kitty Lima (Rede) promoveu uma sessão especial na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para debater a temática. O encontro contou com a presença de representantes da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), da Comissão de Direito dos Animais da OAB/SE, de ONGs da causa animal e de simpatizantes à causa.
A lei que institui a data alusiva às reflexões e ações acerca do combate ao abandono de animais e à realização de uma campanha de adoção de cães e gatos em situação de rua é de autoria da vereadora Kitty Lima, que defende a necessidade de um debate constante do assunto com a população.
“Esse é um momento ímpar para a população escutar profissionais gabaritados e pessoas que vivem no dia-a-dia a causa animal falarem das suas dificuldades, desafios e experiências no papel que o poder público não cumpre para o fim do abandono indiscriminado desses animais. Não existe uma sociedade que possa ser considerada um exemplo se ela não estiver olhando pelos animais, meio ambiente e pelos seres humanos”, disse Kitty.
Durante seu discurso, Kitty falou sobre o início da sua atuação na causa animal quando ainda criança, relembrou bastante emocionada os casos graves de animais em situação de risco que abrigou em sua própria casa ao longo dos anos, a criação da ONG Anjos de Um Resgate (hoje apenas ‘Anjos’) e também as dificuldades que os protetores enfrentam diariamente no cuidado com os animais ‘descartados’ por uma sociedade que ainda não compreende a gravidade desse ato.
“É difícil a gente lutar na causa animal sem nenhuma política pública eficaz. Onde levar esses animais que chegam machucados, muitas vezes em situação gravíssima, se a gente não tem um hospital público veterinário? Como conseguir medicamento gratuito para eles? Essa é a minha luta, por isso é essencial termos representantes da causa animal na política para garantirmos o direito dos animais à saúde e à uma vida digna. A sociedade está percebendo hoje que a causa é importante e que ela afeta também a saúde e segurança pública”, pontuou.
Membro da Comissão dos Direitos dos Animais da OAB/SE, Danielle Ferreira falou sobre a importância da data para conscientização da população sobre o direito dos animais. “Talvez algumas pessoas ainda não consigam compreender a dimensão do significado dessa data, e é justamente uma iniciativa como essa da vereadora Kitty Lima que nos mostra que a sociedade pede por mudanças, e nós precisamos ser as vozes desses animais. Nós estamos aqui para mostrar ao mundo que eles precisam ser tratados com dignidade, como assegura a nossa Constituição Federal”, disse.
O representante da Sema, Márcio dos Santos, defendeu a implementação de uma educação ambiental e animal com crianças dentro das escolas, de forma que elas desenvolvam desde cedo o respeito à flora e fauna. “Seria interessante que esse trabalho de conscientização e respeito ao animal começasse com as criancinhas dentro das escolas porque é fácil cobrar punição ao agressor, exigir das autoridades que notifiquem e multem aqueles que cometem qualquer tipo de maus tratos. Difícil mesmo é conseguir políticas públicas que trabalhem a questão da educação ambiental e animal desde cedo com essas crianças para que quando elas se tornarem adultos não cometam as atrocidades que vemos quase que diariamente hoje”, sugeriu.
Lei da Adoção
A Lei da Adoção que institui o dia 04 de outubro como o Dia Municipal de Adoção Animal prevê ainda a realização de uma campanha de adoção pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio da Sema. Por isso, Kitty Lima reforçou a importância da sociedade em adotar a cultura da adoção de animais.
“Não gastem rios de dinheiro na compra de um animalzinho se todos dão o mesmo amor incondicional independentemente se ele é de raça ou não. Precisamos estimular a cultura da adoção e daí a importância que trata do Dia Municipal da Adoção Animal. A lei diz que a Prefeitura Municipal de Aracaju terá que organizar um megaevento com as ONGs e protetores independente voltado para a população onde aborde sobre os crimes de maus tratos e abandono de animais. Além disso, haverá uma grande campanha de adoção dos animais que hoje não possuem uma família e que estão aptos a dar e receber amor. Estamos no mês dos animais e é nele que essa lei deve ser efetivada”, disse.
O médico veterinário Cassiano Fernandez, alertou que a prática da adoção ajuda a reduzir o número de animais abandonados nas ruas e, consequentemente, os casos de doenças que afetam a saúde pública. “Existem fatores que influenciam toda a sociedade, doenças que se não tivermos cuidado vai assolar toda a comunidade como a raiva, leishmaniose e leptospirose, por exemplo. Se formos seguir o que determina o guia epidemiológico do Ministério da Saúde, seria necessário um Centro de Controle de Zoonoses [CCZ] para cada grupo de 100 mil habitantes, e com uma população de mais de 600 mil habitantes, Aracaju deveria contar hoje com seis CCZ, mas na verdade sequer temos um que funcione corretamente. Eu fui coordenador e sei do que estou falando. O pessoal que hoje está lá trabalha arduamente no controle dessas doenças, mas infelizmente a falta de investimento do poder público acaba dificultando esse trabalho tão essencial não apenas para a causa animal, mas principalmente para a saúde pública”, alertou.
Castramóvel
Considerada a primeira política pública voltada à causa animal no município de Aracaju, o Castramóvel atua na esterilização de cães e gatos como forma de frear a reprodução indiscriminada desses animais. Autora da Lei da Castração, que regulamenta a atuação do Castramóvel na capital, Kitty aproveitou a oportunidade para comemorar os avanços promovidos pelo serviço, mas também criticou o fato dele ainda não estar cumprindo completamente com sua finalidade.
“O Castramóvel ainda não está atuando da forma como nós queremos porque não começou a castrar as fêmeas. Infelizmente o prefeito Evaldo Nogueira ainda não colocou o projeto na íntegra em prática, e nós estamos recorrendo à Justiça para garantir que seja feito. Não adianta a gente aprovar leis aqui na Câmara e não cobrar que ela seja efetiva”, colocou.