Iran Barbosa participa de Conferência sobre as inundações no bairro Jabotiana
O vereador Iran Barbosa (PT) participou, na noite da terça-feira, 8, da Conferência "O Rio Poxim e as inundações do bairro Jabotiana", organizada pelo movimento ambientalista Jabotiana Viva e pelo Conselho dos Moradores do Conjunto Santa Lúcia. A Conferência, que também foi acompanhada pela Deputada Estadual Ana Lúcia (PT), aconteceu na sede do Conselho e teve palestra do superintendente de Recursos Hídricos da SEMARH, Aílton Francisco da Rocha, que fez uma exposição sobre a real situação da região da Jabotiana e do rio Poxim, apresentando estudos e mapeamentos feitos sobre essa região.
Representantes da Defesa Civil e o presidente da Deso, José Gabriel Almeida, também se fizeram presentes. Um bom número de moradores acompanhou a discussão.
De acordo com o Aílton Rocha, muitos fatores contribuem para que inundações ocorram nas áreas do entorno do Rio Poxim, mas, certamente, o adensamento populacional desenfreado e o forte crescimento do número de habitações às margens do rio, como vem acontecendo nas últimas décadas no bairro Jabotiana, são os mais graves, por provocarem grande impacto nas matas ciliares às margens do rio e a impermeabilização crescente do solo, que impede a absorção das águas das chuvas. “E o pior é que todo esse crescimento habitacional nessa área da Jabotiana conta com a permissividade do Poder Público, que é quem autoriza as construções dos condomínios, que se multiplicaram nos últimos anos no bairro. Mas também existe o avanço de habitações irregulares às margens do rio, áreas que, na verdade, deveriam estar sendo preservadas”, explicou.
Outro fator relevante para as inundações, apontado pelo superintendente, é o assoreamento do rio Poxim, que em alguns trechos já apresenta grande comprometimento com relação a sua profundidade natural. “Esse é outro fator que impacta bastante quando vem a época das chuvas porque o rio, nas áreas de pouca profundidade, tende a avançar suas águas para além das suas margens”, disse.
Plano Diretor
Nos debates, moradores levantaram várias questões a respeito do tema, entre as quais, a ausência de definição do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aracaju e também com relação a uma política mais efetiva, por parte da Administração Municipal, no que tange ao esgotamento sanitário.
Em sua intervenção, o vereador Iran Barbosa parabenizou a organização da Conferência, em especial, ao Professor Antônio Wanderley, dirigente do Movimento Jabotiana Viva, que tem sido um grande articulador, no bairro, das causas em defesa do meio ambiente local e de proteção aos manguezais e ao Rio Poxim.
Iran lembrou que parte do problema em relação ao crescimento desenfreado de habitações na área da Jabotiana se deve à forte especulação imobiliária, fruto exatamente da ausência de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano que regule o adensamento populacional e proíba construções em áreas que devem ser preservadas, como é o caso das áreas às margens do Rio Poxim. “O nosso Plano Diretor está para ser revisto desde 2001. Entra prefeito, faz-se a discussão, apresenta-se um projeto de PDDU, chega à Câmara para ser discutido e votado; depois vem outro prefeito, retira o projeto para apresentar um outro, e nisso, infelizmente, até hoje estamos sem Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, e estamos esperando que o atual prefeito apresente um novo projeto à Câmara”, lamentou.
Sobre a questão do esgotamento sanitário, o parlamentar destacou que, depois de muitas cobranças que fez e de lembrar que Aracaju poderia ficar sem investimentos na área do saneamento básico, finalmente a Administração Municipal apresentou, no ano passado, Projeto de Lei que instituiu o Plano Municipal de Saneamento Básico, tendo sido aprovado na Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito Edvaldo Nogueira. “Essa é a boa notícia: Aracaju tem um Plano Municipal de Saneamento Básico, que aponta diretrizes importantes e estabelece marcos regulatórios quanto aos serviços de água, esgotamento sanitário, drenagem e limpeza urbana, mas fica, ainda, uma certa limitação diante da falta de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, porque os planos devem ser complementares”, destacou.