Iran Barbosa defende medidas para enfrentar a violência contra mulheres
Na Sessão Especial realizada nesta segunda-feira, 5, antecipando as homenagens pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8, o Vereador Iran Barbosa (PT) repudiou toda forma de violência contra as mulheres e criticou a omissão dos que assistem, muitas vezes em espaços públicos, as agressões e não intervêm para deter o agressor. “Fica aqui o meu repúdio a toda forma de violência covarde contra qualquer ser humano, especialmente às grandes covardias que são cometidas contras as mulheres”, afirmou.
Promovida pelo mandato da vereadora Kitty Lima (Rede), a Sessão Especial contou com as participações da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Adélia Moreira Pessoa; da coordenadora de Políticas para Mulheres da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania de Aracaju, Maria Teles; e da representante da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Sergipe (OAB/SE), Valdilene Oliveira Martins, entre outras.
Em sua fala, Iran Barbosa destacou três ações que podem ajudar a diminuir os alarmantes índices de violência doméstica e feminina, que colocam o Brasil entre os cinco países de maior índice de feminicídios, atrás de Rússia, Guatemala, Colômbia e El Salvador, que figura no topo. A primeira dessas ações, segundo Iran, é investir em políticas públicas para elevar o índice de desenvolvimento humano do país. “Apostar no desenvolvimento humano, apostar nas políticas sociais é um grande instrumento para tentar diminuir a violência que impera contra as mulheres”,
Uma segunda ação apontada por Iran é distribuir renda. De acordo com o parlamentar, há dados que mostram que apenas 4% das riquezas do mundo estão nas mãos de mulheres. “Esse pouco acesso às riquezas tem relação direta com o nível de exploração e violência a que as mulheres estão submetidas na nossa sociedade”, apontou.
Uma terceira ação é garantir às mulheres muito mais participação nos espaços de poder. Para Iran, quanto menos espaços de poder elas ocupam, menos visibilidade e espaços de reverberação das lutas femininas terão. “Com mais presença física das mulheres nos espaços de poder, tendo autonomia, legitimidade e autoridade, mais enfrentamento teremos à violência que elas sofrem. Quanto mais se empodera as mulheres, mais a sociedade reage e menos os homens agressores se sentirão à vontade para agredir”, entende o parlamentar.
Minoria nos espaços políticos
Para dar uma ideia do grande fosso que ainda separa homens e mulheres nos espaços de poder, Iran destacou dados do estado de Sergipe, onde os homens são maioria absoluta nas casas legislativas. “Sergipe não tem, atualmente, nenhuma deputada federal; dos 24 deputados da Assembleia Legislativa do Estado, apenas quatro são mulheres; dos 24 vereadores da Capital, apenas duas são mulheres; dos 75 prefeitos sergipanos, apenas 11 são mulheres; e das 797 vagas de vereadores que temos em todo o Estado, apenas 129 são ocupadas por mulheres”, apontou o petista.
Ainda segundo dados levantados por Iran, o Brasil ocupa 154ª posição, entre 193 países, em relação a ocupação de mulheres nos parlamentos; além de ser o país da América Latina com a menor representação feminina nas casas parlamentares. “Isso nos diz muito do país em que vivemos e explica, de certa forma, o porquê de tanta violência contra as nossas mulheres, às quais sequer garantimos participação igualitária nos espaços de poder”, disse.
Ainda por sugestão do Vereador Iran Barbosa, a sessão desta segunda-feira, antecipando as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, foi denominada “Sessão Especial Professora Maria Carmelita Chagas”, em homenagem à primeira mulher Vereadora de Aracaju, e que sofreu preconceitos de todas as formas para ocupar o espaço no parlamento, mas nunca desistiu do seu mandato.