"Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho ainda é tímida", diz Lucas
O filho da dona de casa, Letícia Santos Silva, está desempregado há um ano e oito meses. Everton Santos possui deficiência auditiva desde a infância e tem enfrentado dificuldade para conseguir a recolocação no mercado de trabalho. Ele, assim como outras centenas de pessoas com deficiência participaram nesta quarta-feira, 25, do SuperAção, uma feira de empregabilidade promovida pelo Fórum de Inserção da Pessoa com Deficiência e Reabilitados no Mercado de Trabalho, do qual faz parte o projeto Aracaju Acessível, idealizado pelo vereador Lucas Aribé (PSB).
Segundo dona Letícia, após fazer o cadastro no Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT) Everton chegou a ser indicado para dois postos de trabalho, mas ambos não atendiam ao seu perfil e qualificação. “Primeiro ele foi chamado para trabalhar em uma emissora de rádio e, depois, como atendente de balcão, mas são funções que não podem ser executadas por um surdo”, diz, lamentando a ausência de apoio para conseguir o desenvolvimento profissional do seu filho.
Ao todo, foram ofertadas mais de 550 vagas de emprego para PCDs. Para Lucas, as pessoas com deficiência estão mostrando sua capacidade, mas ainda poucos empregadores dão oportunidade de trabalho pensando na função social. “Apesar da importância e da obrigatoriedade legal, o acesso ao emprego ainda é pequeno, considerando que apenas 1% dos brasileiros com deficiência exerce um papel profissional, segundo o IBGE”, afirma Lucas Aribé, que durante a programação ministrou oficina de Braille e cantou junto com o coral Terceira Visão da Associação dos Deficientes Visuais de Sergipe (Adevise). A equipe do parlamentar também sensibilizou os participantes quanto à campanha “Deixe a Calçada Livre para o Pedestre”.
Aracaju Acessível
Durante o Superação, foram distribuídos panfletos da programação da 6ª edição da semana Aracaju Acessível, que acontece entre 16 e 23 de setembro. Com o tema ‘Comunicar para Incluir’, este ano o projeto propõe uma reflexão sobre como superar barreiras comunicativas que dificultam a inserção social da pessoa com deficiência, como explica Aribé. “A programação está focada em chamar a atenção para a necessidade de toda a sociedade assumir o seu papel transformador no processo de construção de um mundo sem barreiras”, resume.
Em parceria com alunos do Senai, o Aracaju Acessível levou para a praça Fausto Cardoso, no centro da capital sergipana, o Bike Acess, um kit de união de bicicletas com o qual pessoas com deficiência visual e motora puderam pedalar acompanhados de um guia. “Essa ferramenta já foi apresentada ao Brasil na 10ª Olimpíada do Conhecimento e a intenção é que, em um futuro próximo, muitas pessoas possam desfrutar da facilidade e do prazer de andar de bicicleta com um instrumento mais barato do que os que nós temos atualmente no mercado”, destaca o vereador.