Fibromialgia: Nitinho quer intervenção do MPE/SE para emissão de carteiras

por Eliz Moura, da Assessoria de Imprensa do Parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 04/11/2024 17h20
SMS nega documento e orienta apresentação de laudo médico
Fibromialgia: Nitinho quer intervenção do MPE/SE para emissão de carteiras

Foto: China Tom

Diante da negativa da Prefeitura de Aracaju,  por meio da Secretaria Municipal da Saúde,  para emissão das carteirinhas de  identificação aos portadores de fibromialgia,  o vereador Nitinho Vitale (PSD) protocolou uma representação junto ao Ministério Público do Estado de Sergipe,  denunciando o descumprimento da legislação,  o desrespeito do Poder Executivo para com o Legislativo Municipal e, principalmente, o descaso com a saúde dos usuários da Saúde Básica de Aracaju.

A denúncia do vereador foi feita,  em pronunciamento durante o Grande Expediente da sessão legislativa da Câmara Municipal de Aracaju,  na manhã desta terça-feira, 17. Existe uma lei aprovada nesta Casa, de autoria da vereadora Sheyla Galba (Cidadania).

"Tenho certeza de que, a partir da intervenção do Ministério Público,  a Prefeitura irá cumprir a legislação e passará a emitir as carteirinhas aos portadores da fibromialgia", criticou o parlamentar,  argumentando que, diferente de Aracaju, vários municípios sergipanos, a exemplo de Lagarto e  Estância,  já cumprem com a determinação prevista em legislação federal,  estadual e municipal.

Nitinho classificou como desumana a resposta recebida pela assessoria dele ao buscar informações junto à ouvidoria da SMS, questionando como o portador da doença deveria proceder para ter acesso à carteira. "Não estamos emitido as carteirinhas. A orientação é de que a pessoa apresente o laudo médico onde chegar", relatou. "Um desrespeito ao cidadão", lamentou.

Ele explicou que a fibromialgia se caracteriza por dor intensa localizada ou difusa, especialmente  em tendões e articulações, com prevalência em mulheres entre 30 e 50 anos, podendo também se manifestar em crianças e idosos.

O vereador lembrou que, dado ao aumento do número  dos casos, a legislação já equipara os direitos do portador da fibromialgia aos direitos da pessoa portadora de deficiência física.

Em aparte, o vereador Elber Batalha (PSB) avaliou que, ao se negar a emitir as carteirinhas, além de desrespeitar o direito do portador da fibromialgia, a Prefeitura de Aracaju age por motivação política com o objetivo de não legitimar a iniciativa dos vereadores no parlamento municipal.  Ele também alerta que a dificuldade de diagnóstico da doença é grande motivadora de atos de preconceito contra mulheres doentes. "Pela dificuldade do diagnóstico preciso é comum que o problema seja tratado como preguiça,  especialmente no ambiente de trabalho".

A vereadora Emília Corrêa (Patriota) se somou à preocupação de Nitinho e lamentou a falta de atenção e de respeito para com os portadores.

Já a vereadora Sônia Meire (PSOL) denunciou a falta de assistência adequada por deficiência no quadro de profissionais para a especialidade médica.