Feminicídio cresce em Sergipe e as autoridades precisam frear essa violência contra a mulher, alerta Kitty
A vereadora Kitty Lima (Rede) usou o Plenário da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para alertar sobre o crescente número de assassinatos contra mulheres em Sergipe. A parlamentar, que integra a Frente Parlamentar de Combate à Violência de Gênero e Suas Interseccionalidades, cobrou um posicionamento das autoridades, principalmente, no combate ao feminicídio e pediu o apoio dos demais vereadores da Casa para a aprovação de políticas públicas que assegurem a integridade física da mulher.
Em Sergipe, os dados sobre o feminicídio são imprecisos porque existe um erro na nomenclatura para definir esse tipo específico de crime. Porém, levantamento da Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal (Ceacrim) da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) aponta que 19 mulheres foram assassinadas entre janeiro e abril deste ano em todo o estado, e 64 no ano passado.
“Já promovi algumas moções de apelo nesse sentido para que a SSP e o Tribunal de Justiça de Sergipe nomeiem corretamente os casos de feminicídio e não os configurem apenas como violência doméstica. A violência doméstica pode ser cometida contra mulheres, crianças, idosos e até mesmo contra os homens, mas o feminicídio é especificamente o assassinato cometido contra mulheres. Precisamos que as autoridades fiquem atentas a essa questão para que possamos ter dados mais concretos e precisos sobre o tema. O feminicídio cresce em Sergipe e as autoridades precisam frear essa violência.”, pontuou Kitty.
De acordo com dados do Mapa da Violência de 2015, a taxa é de 4,8 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes no Brasil, um dos países com maior índice de homicídios feminino no mundo, ocupando a 5ª posição no ranking de 83 nações onde esse tipo de crime é mais recorrente. “A gente se depara com índices do feminicídio que assustam e servem como alerta para que as autoridades tomem providências rápidas e eficazes para evitar que novos casos ocorram em todo o estado. São números assustadores que nos coloca numa posição vergonhosa”, disse Kitty, que defende uma postura imediata para frear essa violência.
“Precisamos reforçar diariamente a necessidade de criarmos mecanismos para pôr um fim a essa triste realidade que é a sociedade machista na qual vivemos que coloca a mulher numa posição de vulnerabilidade, a ponto de acharem que a vida da mulher está nas mãos daqueles que acreditam que a tem como uma propriedade ou objeto”, lamentou.
A vereadora disse ainda que o assunto será amplamente debatido pelo Legislativo municipal e pediu o apoio dos demais vereadores para elaboração de iniciativas no combate ao feminicídio. “Estamos em luto e essa Casa precisa entender a importância desse assunto e ajudar no combate ao feminicídio. Como mulher, cidadã e vereadora, garanto que essa Casa não vai mais se calar diante de situações como essa”, garantiu Kitty.