Estudantes de arquitetura e Lucas Aribé conferem a acessibilidade de estabelecimentos da Orla de Atalaia
Com concentração na pista de patinação da Passarela do Caranguejo, a 4ª Caminhada pela Acessibilidade encerrou com louvor a 6ª edição da Semana Aracaju Acessível, realizada durante toda a manhã de domingo, 23. Cerca de 100 estudantes de arquitetura da Fanese, membros da Associação dos Deficientes Visuais de Sergipe (Adevise), da Associação Sergipana dos Deficientes Visuais (ASDV), representantes do Procon e da Secretaria de Meio Ambiente de Aracaju (Sema) se dividiram em grupos e verificaram se hotéis, pousadas e estabelecimentos comerciais oferecem acessibilidade para seus clientes.
“Nessa vivência, os grupos divididos pelos professores observaram também a questão da estrutura externa como calçadas, ruas, e preencheram um formulário onde apresentava alguns itens essenciais sobre a acessibilidade de cada local. Devemos pensar que oferecer acessibilidade é permitir que o outro seja inserido em todos os lugares e continuamos na luta por um mundo sem barreiras”, destaca o vereador Lucas Aribé.
Segundo a representante da Sema, Larissa Tavares, a caminhada foi de total importância para todos porque compreenderam que a acessibilidade não deve ser pensada somente para as pessoas com deficiência. “Percebemos essa fragilidade na cidade e observamos calçadas muito estreitas, postes no meio delas e até mesmo mobiliários inadequados inseridos na passagem formando obstáculos para todos os cidadãos”, aponta Larissa.
De acordo com o professor do curso de arquitetura, Cristiano Pacheco, a nível acadêmico a prática de fiscalização é indispensável para os alunos porque a acessibilidade de fato muda a concepção do projeto arquitetônico. “O mercado da arquitetura não visualiza a necessidade da pessoa com deficiência e quando passamos a olhar essa necessidade, o projeto é diferenciado e oferece uma dimensão e acessos diferentes”, enfatiza Cristiano.
Para o coordenador de fiscalização do Procon Aracaju, Francisco da Costa, é muito importante poder participar de ações voltadas para a acessibilidade porque são enriquecedoras. “O papel do Procon foi de conscientizar os donos de pousadas, hotéis e estabelecimentos e observar se eles possuem o Código de Defesa do Consumidor, o cardápio em braile ou audiodescrito e também verificar se a acessibilidade está adequada para as pessoas com deficiência”, aponta Francisco.
O estudante de arquitetura do 3º período, Aurino Deivisson, afirmou que na caminhada observou que não são todos os hotéis de Aracaju que trabalham com desenho arquitetônico que prioriza a questão da acessibilidade. “Quando adentramos no hotel descobrimos as dificuldades enfrentadas pela pessoa com deficiência e quando nos colocamos no lugar do outro percebemos o quanto esses locais precisam redesenhar e replanejar suas estruturas e torná-las mais acessíveis”, expõe Aurino.
Jossivaldo Silva, representante da ASDV acredita que a experiência vivenciada no observatório foi muito relevante para ele que é pessoa com deficiência visual, mas explica que a maioria dos locais deixaram a desejar pela falta de acessibilidade. “Aracaju é uma cidade que precisa melhorar nesse aspecto e passar a oferecer locais mais acessíveis para as pessoas com deficiência”, comenta Jossivaldo.