Emília Corrêa: "CPI do Lixo foi teatro para enganar o cidadão"

por Andréa Lima, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 11/07/2018 08h25, última modificação 11/07/2018 09h20
Emília Corrêa: "CPI do Lixo foi teatro para enganar o cidadão"

Foto: César de Oliveira

“A CPI do Lixo era para nascer morta. Essa era intenção da bancada do prefeito. Como não conseguiram impedir, armaram um teatro”. A afirmação é da vereadora Emília Corrêa (Patriota) em entrevista à Rádio Xodó FM, com relação ao encerramento dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os contratos de limpeza urbana na cidade de Aracaju nos anos de 2010 a 2016, entre a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) e as empresas Cavo e Torre.

Emília lembrou que as artimanhas para impedir a instalação da Comissão já desenhavam esse destino. “O vereador Vinicius Porto, que passou a ser presidente da Comissão, e o vereador Fábio Meireles, assinaram o requerimento de instalação e tentaram retirar. O motivo? Naquele momento deve ter havido uma convicção, convencimento ou interesse mesmo, mas não conseguiram. A CPI foi instalada, porém, transpirou omissão e armação”.

Segundo a Patriota, outro indício de que a CPI era um engodo, foi quando, durante as oitivas, a presidência da Comissão proibiu os vereadores de fazer perguntas aos ex-membros do Departamento de Investigação contra a Ordem Tributária (Deotap), delegado Gabriel Ribeiro e delegada Danielle Garcia, que comandaram as investigações. “Colocaram uma mordaça, calaram a voz do vereador que representa o povo dessa cidade. Outro fato é que excluíram dessas oitivas o ano de 2017, período que gerou o maior número de provas de acordo com as autoridades policias. Aquele cenário foi frustrante”, disse.

Para garantir o mínimo de transparência, Emília Corrêa, em ação conjunta com a vereadora Kitty Lima e os vereadores Lucas Aribé, Elber Batalha, Cabo Aminthas e Américo de Deus, entrou com uma ação na justiça para garantir que as reuniões das CPI fossem transmitidas, ao vivo, pela TV Câmara, com total acesso do cidadão e imprensa ao plenário. “A presidência a Casa queria manter as reuniões em sala fechada, numa tentativa de tentar sepultar ainda mais rápido a investigação. Foi uma mensagem em letras garrafais de que não queriam ser investigados”.

Por fim, Emília diz que os argumentos para o encerramento da investigação da CPI do Lixo, na cidade de Aracaju, são até de palavreado bonito, mas nada convincentes. “Esse grupo diz que está fazendo uma política boa, mas certamente boa somente para eles. Isso mostra um comportamento explícito de quem tem projeto de perpetuação de poder e tenta se garantir nas costas largas do poder que abraçaram”, concluiu.