Elber faz reflexões sobre a Abolição da Escravatura e o preconceito com o negro no Brasil

por Luciana Gonçalves, assessoria de imprensa do parlamentar — publicado 14/05/2019 15h08, última modificação 14/05/2019 15h08
Elber faz reflexões sobre a Abolição da Escravatura e o preconceito com o negro no Brasil

Foto: César de Oliveira

O vereador Elber Batalha (PSB) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para falar sobre o Dia da Abolição da Escravatura, comemorado no dia 13 de maio.

O parlamentar lamentou que, infelizmente, a data passou em branco por diversos segmentos da sociedade, inclusive pelas redes sociais, responsáveis hoje por disseminar todo tipo de informação. “Lamentavelmente, pouquíssimas pessoas lembraram desta data. A Lei Áurea foi assinada há 130 anos, onde as mazelas oficiais da escravidão no Brasil foram dizimadas naquele momento, de uma forma oficial”, relembrou.

Porém, o vereador disse que muito pouco ainda foi conquistado com a abolição dos escravos, mesmo 130 anos depois da Lei Áurea ter sido assinada. “Ainda há muito que se lute para que a comunidade negra no Brasil tenha a tão sonhada igualdade”, disse.

Dados dos Negros no Brasil

Em seu discurso, Elber mostrou na CMA pesquisas de órgãos oficiais as quais dão conta do abismo social que existe no Brasil entre brancos e negros. “A Revista Exame editou uma matéria esta semana mostrando isso. As mulheres negras, segundo o IBGE são as que mais se sentem inseguras no Brasil. Já em relação ao índice de violência, 1,5% são brancos enquanto 2,10% são negros, ou seja, a cada 3 pessoas vítimas de violência, 1 é negra”, pontuou.

Continuando, Elber disse que, num dado histórico, o Brasil só teve um presidente negro em toda sua história (Nilo Peçanha em 1909-1910). A renda dos negros no Brasil é 40% menor que dos brancos. “De lá para cá, a hegemonia branca nas eleições é bastante significativa. A renda dos negros no Brasil é 40% menor que dos brancos. Outro dado alarmante diz que 70% das casas que recebem Bolsa Família são de negros. E 2/3 de quem mora em favelas, são negros. Tivemos apenas 1 presidente negro compondo a Suprema Corte, que foi Joaquim Barbosa. As mulheres negras tem uma taxa de desemprego altíssima, passando de 12%. Além de que a taxa de analfabetismo entre os negros é de 11,5%, enquanto dos brancos é de 2%. A renda dos negros no Brasil é 40% menor que dos brancos”, lembrou.

Outro dado alarmante apresentado pelo vereador diz respeito à taxa de homicídios entre negros, que é mais que o dobro em relação aos brancos. Mais de 29 mil negros são assassinado no Brasil, segundo a ONU Mulher. “Eu vejo muita gente dizer que não existe preconceito racial, que só existe preconceito contra o pobre. Mas, o pobre, em sua grande maioria é negro e quando se fez a abolição, não foi feita uma política de reinserção social. Muitos negros abolidos não sabiam o que fazer com a liberdade e pediam para voltar a serem escravos. O 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura, passou meio que ao largo ontem. Os brasileiros estão mais preocupados com questões econômicas, e os grandes temas sociais que até hoje nos afligem ficam em segundo plano. Fica aqui nossa homenagem a toda população negra do Brasil”, finalizou.