Elber fala sobre o Dia da Consciência Negra

por Luciana Gonçalves, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 20/11/2019 12h59, última modificação 20/11/2019 12h59
Elber fala sobre o Dia da Consciência Negra

Foto: César de Oliveira

O vereador Elber Batalha (PSB) falou sobre a importância das comemorações relacionadas ao dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

O parlamentar lembrou de um fato que aconteceu nos Estados Unidos, na primavera de 1960, onde Ruby Bridges foi uma das seis crianças negras em Nova Orleans a passar no teste que determinaria se elas poderiam ir para uma escola toda branca. Dois dos seis decidiram ficar em sua antiga escola, três foram transferidos para McDonogh, e Bridges foi para uma escola por si mesma. Assim que Bridges entrou na escola, os pais brancos tiraram seus filhos de lá. Todos os professores se recusaram a ensinar enquanto ela estivesse matriculada.

A família de Bridges sofreu perseguições por sua decisão de mandá-la para William Frantz. Seu pai perdeu o emprego, a mercearia onde a família comprava não deixaram mais eles irem lá, e seus avós, que eram meeiros em Mississippi, foram tirados de sua terra. Ela observou que muitos outros na comunidade, tanto brancos como negros, mostravam apoio de várias maneiras. Algumas famílias brancas continuaram a mandar seus filhos para Frantz apesar dos protestos, um vizinho arrumou um novo emprego para seu pai, e as pessoas locais vigiavam sua casa, e andavam atrás do carro dos policiais federais durante suas viagens para a escola.

“Os pais dela foram visionários à época porque foram as primeiras pessoas a ingressarem com este tipo de ação na Suprema Corte Americana. Isso foi um ato de bravura porque, a partir daí, foi um pontapé para um novo momento que se vive no mundo. Como tantos outros exemplos dessa forma. Uma das maiores ignorâncias que se tem é dizer que o racismo não existe. Dizer que é melhor pensar em consciência humana ao invés da negra, mas é bom lembrar que ninguém persegue humano e sim, os negros por serem negros. Me revolta quando pegam exemplos de negros que se deram bem na vida para justificar sucesso. Quero lembrar que eles são a exceção”, disse.

Elber fez um paralelo entre a luta dos negros e das mulheres quando tiveram direito de voto. “Deram direito de voto as mulheres ainda no século passado, mas até hoje as mulheres não recebem os mesmo salários que os homens. A mesma coisa acontece com os negros. Aboliram a escravidão e transformaram a antiga senzala nas nossas favelas de hoje. O Atlas da Violência do Brasil mostrou que se faz um verdadeiro genocídio contra os negros nesse país. Dizer que não existe racismo talvez seja um dos maiores crimes contra a humanidade que se possa cometer nos dias atuais”.