Dia Internacional contra a LGBTQIA+fobia marca conquistas na luta por equidade
O dia 17 de maio, mundialmente conhecido como Dia Internacional contra a LGBTQIA+fobia, é marcado por um avanço significativo nas lutas por equidade, promovidas pelos movimentos LGBTQIA+, quando em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS), retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
A luta contra a LGBTQIA+fobia é urgente em todo o mundo, mas o Brasil continua entre os países no ranking de maior índice de mortes dessa população, como aponta pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (ANTRA). Dessas mortes, 46% são transsexuais e travestis. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através dos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), também indicou que a cada 1 hora uma pessoa LGBTQIA+ sofre violência. As mesmas pesquisas mostram que, quando são observados outros marcadores sociais, mais da metade são LGBTQIA+ negros/as/es. A parlamentar Linda Brasil (PSOL) coloca a importância das denúncias como forma de enfrentar a crescente violência.
“A luta e resistência da população LGBTQIA+ no Brasil se torna bem mais necessária porque somos o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. A maioria destas mortes é de pessoas trans. 90% das mulheres trans e travestis têm a prostituição como única forma de sobrevivência, fazendo com que a expectativa de vida da população trans seja de 35 anos, e isso é alarmante, precisamos mudar essas estatísticas”, declarou Linda.
LGBTQIA+ na política institucional
Tem sido recorrente, no Brasil, os casos de violência contra estas pessoas nos espaços parlamentares. Ameaças à integridade física e à vida foram feitas a vereadoras trans, em todo o país, após as eleições de 2020. Essas ameaças têm prejudicado a trajetória da população LGBTQIA+ na luta por direitos nos espaços institucionais.
Linda ressalta que, mesmo com todas dificuldades e desafios, é preciso denunciar, reinvindicar políticas públicas e ocupar espaços na sociedade que sempre foram negados, como na Arte, na Academia, na Política.
“Temos que ocupar, mas não basta ocupar, é preciso denunciar esse sistema heterocisnormativo, patriarcal, sexista, que nos violenta e deslegitima nossas identidades, e, mesmo quando a gente ocupa, a gente acaba sendo vítima de homofobia, de transfobia, como aconteceu comigo quando eu fui eleita a primeira vereadora mulher trans de Aracaju. Sofri uma enxurrada de ataques, nas redes sociais, com um discurso de ódio baseado no fundamentalismo religioso, como aconteceu com o ex deputado federal Jean Willys (PSOL), que teve que sair do seu país porque estava sendo ameaçado, e como aconteceu agora com a vereadora Benny Briolly que também teve que sair do seu país, primeira mulher trans vereadora eleita em Niterói, e também a mais votada. Então, vamos denunciar essa violência que a comunidade LGBTQIA+ vem sofrendo aqui no Brasil”, afirmou.