Dia do nutricionista foi tema da Tribuna Livre desta terça-feira
Nesta terça-feira, 12, a Tribuna Livre foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), sobre o Dia do Nutricionista, que ocorreu no dia 31 de agosto. Participou da tribuna a nutricionista e coordenadora de formação e políticas sindicais, Adriana Figueiredo. "As pessoas devem ter a garantia à alimentação, sem comprometer as outras necessidades essenciais, tendo como base as práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural", apontou Adriane.
Além disso, a nutricionista trouxe dados da Vigilância da Segurança Alimentar e Nutricional (VIGISAN), apontando que em 2022 Sergipe tinha 30% da população em situação de insegurança alimentar grave. A capital, Aracaju, de acordo com Adriana, também tem dados que chamam a atenção. “Por meio de uma pesquisa realizada nas unidades básicas de saúde, visualizamos que 14,9% das crianças de 05 a 10 anos tinham algum desvio nutricional, sendo 11,4% por excesso de peso. No caso dos adultos, 73,5% apresentam desvio nutricional, sendo 70,9% com excesso de peso”.
Diante desse resultado, a nutricionista explicou que "ocorre a desnutrição por micronutrientes, que é a falta de vitaminas. Essas pessoas podem consumir muitas calorias e apresentar deficiência nutricional". Adriana ainda ressaltou a importância desse profissional, explicando que " a política de alimentação e nutrição não se liga somente à saúde, mas tem a ver com a segurança alimentar, a saúde escolar, e assistência social. Neste caso, o nutricionista avalia todos os serviços de nutrição e promove a educação alimentar, atuando também no controle de qualidade de gêneros e produtos alimentícios, participando também de inspeções sanitárias".
Diante da importância do nutricionista para as políticas públicas, Adriana cobrou a realização de concursos públicos na prefeitura de Aracaju, correção da distorção salarial e criação do cargo de nutricionista na secretaria de educação do município.
Apartes
O vereador Elber Batalha (PSB) ressaltou a importância de realizar concursos públicos na área e de ter uma discussão sobre o quantitativo de profissionais nas escolas e espaços de saúde. A vereadora Sônia Meire (PSOL) comentou que "é muito importante sua participação nessa casa. Em anos anteriores, alguns vereadores votaram para ter uma política que amenizasse a situação da fome e isso foi vetado depois. As pessoas mais pobres conseguem ter no máximo uma salsicha, que é cheia de condimentos. Por isso, é fundamental ter políticas públicas, assim como concursos para os profissionais da nutrição."
A vereadora Emília Corrêa (Patriota) ressaltou que a nutrição está diretamente ligada à saúde da criança e do adolescente. "A criança não consegue ter um aprendizado sem estar nutrida. Nós temos um projeto de lei que incluiu a alergia e intolerância alimentar no calendário do município, assim como um projeto sobre a criação de hortas comunitárias nas creches e escolas municipais e um projeto de lei que inclui no calendário oficial, uma data para o veganismo”, completou.
O vereador Pastor Diego (PP) apontou que "a insegurança alimentar é uma questão de saúde pública. Nas escolas, muitas crianças têm a sua principal refeição. Reforço a importância de ter concursos e de sabermos quais trabalhos são feitos pela secretaria de saúde e se a quantidade de cargos é suficiente.”
O vereador Milton Dantas (PDT) disse que "estamos à disposição dessa luta que é justa, por uma política de valorização desses profissionais". O vereador Isac Oliveira (PDT) explicou que "nosso papel é fiscalizar o quantitativo de nutricionistas em outras esferas do poder público municipal. Infelizmente, dependemos de ação do poder executivo, já que não podemos propor um aumento de gastos."
O vereador Anderson de Tuca (PDT) reforçou que “a prefeitura precisa ter a urgência em contratar esses profissionais. Podemos nos somar e debater com o secretário da educação, já que esses profissionais são essenciais para a saúde alimentar”. O vereador Fabiano Oliveira (PP) finalizou dizendo que "essa casa é do povo de Aracaju. A saúde está sempre em primeiro lugar. Já sofri com a obesidade e contei muito com o apoio e acompanhamento do nutricionista".
Considerações finais
A nutricionista Adriana finalizou a sua fala apontando que para a rede municipal eram necessários 20 nutricionistas, mas só há 04 concursados. “Existe uma política federal, com portaria, que mostra que o psicólogo e nutricionista são profissionais obrigatórios em políticas de saúde. Apoiamos também a ideia de termos restaurantes populares, cozinhas comunitárias e hortas. O nutricionista é um investimento na saúde. Nosso salário tem um impacto mínimo na folha de pagamentos de Aracaju e podemos melhorar por meio de uma questão de planejamento e vontade política”, completou.