Democracia e Respeito: Linda Brasil faz balanço do trabalho da mandata

por Laila Batista, Assessoria de Imprensa da parlamentar — publicado 28/10/2024 07h00, última modificação 28/10/2024 16h02
Democracia e Respeito: Linda Brasil faz balanço do trabalho da mandata

Foto: Assessoria da parlamentar

No Grande Expediente da Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) desta terça-feira, 13, a vereadora Linda Brasil (PSOL) fez um importante balanço das suas ações no semestre. A mandata já produziu 18 Projetos de Lei, todos em constante diálogo com os movimentos sociais.

Foram realizadas diversas reuniões com as instituições e movimentos e ações em consonância com os direitos das trabalhadoras/os e segmentos sociais mais vulneráveis.

A parlamentar falou sobre o impacto simbólico da ocupação desse espaço, que historicamente foi negado a pessoas trans.

Linda reforçou que é um momento histórico estar no parlamento e ao mesmo tempo um desafio estar neste ambiente questionando um sistema excludente, propondo políticas de que beneficiem a população sobretudo a mais vulnerável.

“Nossas proposições tem sido na perspectiva de garantia ampla dos direitos humanos, propondo formação a servidores públicos; campanhas educativas de combate ao machismo e violência contra a mulher; mais acessibilidade para pessoas com deficiência; dignidade, respeito e empregabilidade para as pessoas trans; homenagem e reconhecimento das vivências das mulheres negras; e ampliação dos espaços comunitários de agricultura urbana.

Também protocolamos 2 Projetos de Resolução, um propondo paridade de gênero na comissão de ética e outro propondo a Frente Parlamentar em Defesa do Plano Diretor.”, declarou.

A vereadora colocou as inúmeras indicações feitas para a gestão municipal, cerca de 45 ao total, relacionadas a melhoria do município, apesar de ao longo do semestre não ter sido recebida pelo prefeito Edvaldo Nogueira, mesmo solicitando diversas vezes.

“Nossas indicações tratam sobre demandas da população e questões do cotidiano que envolvem o funcionamento da cidade como, lixeiras, redutor de velocidade, tapamento de buracos, plantação de árvores; mas também sobre questões que estão fora da minha prerrogativa enquanto vereadora como, implantar o ambulatório trans em Aracaju, implementação do piso salarial dos agentes comunitários de saúde, construção de restaurante popular municipal, adequação do funcionamento do transporte público durante a pandemia de Covid-19, entre muitas outras questões importantes.”, acrescentou.

Linda trouxe uma reflexão para os colegas sobre as violências sutis que são sofridas pelas pessoas trans e exibiu aos e às colegas um áudio em que um transfóbico, que está sendo processado, usa de sua condição de pastor para de forma fanática e fundamentalista atacá-la. “ Este  tipo de postura ocorre não só comigo mas com as pessoas trans que sofrem muita violência. E quando não aproveitamos nesta casa para apoiar projetos e iniciativas, que visam conscientizar as pessoas para combater estas posturas preconceituosas que incitam o ódio, contribuindo para os ataques  a nossa comunidade.

Por fim, a vereadora apelou aos colegas parlamentares para a importância da empatia e de somar em questões fundamentais para a existência das diversas populações, a exemplo da população trans. Mesmo que haja discordância, mas exercitar o respeito e trabalhar pela dignidade de segmentos invisibilizados.

“Que discordemos, mas na hora de votar algo pensemos nos frutos! Por exemplo, algo aparentemente pequeno para as pessoas qua não são Trans como usar o banheiro, ter o nome numa lápide, ter uma data no calendário, pode ser para pessoas invisibilizadas – como nós trans - uma ação gigante que nos garante, vida, dignidade e humanidade. Afinal, Somos o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. 80 pessoas trans foram mortas no Brasil no 1º semestre deste ano, quatro mulheres trans nos últimos 30 dias, duas delas aqui do nosso lado, em Pernambuco: Roberta Silva e Crismili Pérola, presentes! São mortes terríveis, cruéis, justificadas na demonização dos nossos corpos, na desumanização de nossas vivências. A transfobia existe estruturalmente. Ela está em todos os lugares.”, solicitou.

Ao final, diversos colegas de parlamento se solidarizaram com as situações de transfobia apresentadas pela parlamentar.