CPI da Saúde se pronuncia na audiência de prestação de contas da SMS

por Martha Costa, Assessoria de Imprensa do parlamentar — publicado 22/03/2018 16h45, última modificação 22/03/2018 16h47
CPI da Saúde se pronuncia na audiência de prestação de contas da SMS

Foto: César de Oliveira

Uma semana após a formação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as possíveis irregularidades nos contratos firmados pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) na área da Saúde, a secretária Waneska Barboza esteve nesta quinta-feira, 21, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para prestar contas do último quadrimestre.
Depois de assistir a apresentação dos dados da pasta, os membros da CPI comunicaram a gestora sobre o processo que está em tramitação na Casa Legislativa. Ao fazer suas colocações acerca das dificuldades enfrentadas pela população usuária, o presidente da Comissão Parlamentar, o vereador Seu Marcos (PHS), afirmou que o diagnóstico apresentado não condiz com a realidade vivenciada pelos aracajuanos. “Na prática, os dados aqui mostrados nada remetem a realidade de quem vivencia os problemas na Saúde. Faltam medicamentos nos CAPS, nos Postos, balanças e formulários para os agentes de Saúde, aparelhos nas unidades. Todos os dias recebo denúncias de pacientes e também dos profissionais da Saúde. Tudo está ruim. Precisamos dar uma resposta ao povo desta cidade” , enfatizou o vereador, que reiterou averiguação in loco.
Já o relator das investigações, Isac Silveira (PCdoB) falou da complexidade de administrar a área da Saúde. Segundo ele, as demandas sempre serão maiores que os recursos destinados. “Não consigo dizer a população que a Saúde está melhor em nosso município. Comparada a gestão de João, qualquer coisa tá boa. Mas faltam medicamentos de diabetes, de hipertensão, que são de uso contínuo. Não é possível que não aja uma operação jurídica para superar essas falhas?”, disse.
Mais intervenções dos membros
Outras questões importantes também foram levantadas, a exemplo da preocupação do vereador Anderson de Tuca (PRTB), que explanou sobre as filas de espera das cirurgias de alta complexidade e eletivas e a mudança de responsabilidades quando ao repasse de verbas. “A pergunta que eu faço é para saber o que melhorou de fato? Já que o repasse não é mais realizado pela PMA. O que a SMS tem feito para reduzir as filas de espera para exames, consultas e cirurgias?, indagou Tuca.
O vereador Cabo Amintas (PTB), em sua participação, citou também os casos denunciados recentemente e que ganharam uma grande repercussão. “O conselheiro Clóvis Barboza, em relatório, denunciou o superfaturamento na compra de medicamentos e até agora não vi nenhum pronunciamento do setor. Gostaria de saber se realmente houve essa aquisição é se foi acima do valor de mercado como foi noticiado?, sabatinou o vereador.
Jason Neto (PDT) também se manifestou sobre os problemas enfrentados pela população no quesito saúde. “ As condições do Posto Elizabete Pita, no Conjunto Valadares, nunca foram das melhores, é verdade. Derrubaram a unidade e até agora não tem previsão de construção de um posto que atenda às comunidades do Santa Maria. A secretária tem alguma previsão?, perguntou.
Esclarecimentos
Em resposta aos questionamentos feitos pela Comissão Parlamentar de Inquérito, a secretária Waneska foi categórica: “Tudo está ruim. Estamos tentando recuperar todos os setores. Pegamos a pasta sucateada. Para não deixar a população descoberta a SMS tem feito o possível, tudo dentro da lei. Os contratos emergenciais foram realizados e muitos aparelhos foram comprados e estão sendo substituídos. Temos dificuldades em encontrar profissionais de algumas especialidades, porque muitos não querem trabalhar no setor público. Estamos agora focando em reestruturar a aparelhagem das unidades. Quanto a compra dos medicamentos muitas licitações foram fracassadas, por isso muitos contratos foram de urgência, uns porque as empresas não cumpria o edital, outras porque não tinham medicação específica”, justificou a secretária.