Comitê Intersetorial Inclusivo na Gestão Municipal foi tema de Live da Câmara
A Live com os vereadores, promovida pelo Instagram Oficial da Câmara Municipal de Aracaju, debateu nesta terça-feira, 3, sobre a importância da criação do Comitê Intersetorial Inclusivo na Gestão Municipal, tendo como convidado o vereador Sargento Byron (Republicanos). O bate-papo teve como mediadores os jornalistas Martha Mendonça e Gabriel Xavier.
O parlamentar, bastante atuante na causa das pessoas com deficiência, é o fundador do projeto Estrelas do Mar, que há 10 anos insere esse público ao acesso ao surf e de maneira lúdica promove a inclusão ao esporte e lazer dando qualidade de vida. A Live reflexiva e esclarecedora mostrou a importância da criação do Comitê intersetorial para contribuir com a comunicação entre os órgãos.
De acordo com o vereador, a ideia é que todos os instrumentos públicos sejam protagonistas desta luta. “Queremos movimentar as políticas públicas com todos os atores, seja o parlamento, a administração pública, o ministério público ou a justiça. Queremos que as pessoas cobrem do poder público a efetivação destas políticas e que a legislação seja cumprida”, comentou Byron.
Estrelas do Mar
Ao ser instigado pelos apresentadores sobre o que motivou a criação do projeto Estrelas do Mar, o vereador fez uma declaração bastante emocionante. “O projeto surgiu de um momento de muita dor, que foi com a morte de um primo, que era um atleta e foi tentar salvar uma pessoa de um assalto e acabou morrendo. Depois de 10 anos descobri quem era a pessoa que ele salvou, que é uma assessora de Linda Brasil”.
Ainda durante a Live, o parlamentar comentou que o projeto Estrela do Mar foi criado há 10 anos e que está contribuindo para a mudança de paradigmas entre os jovens. “Nesse período em que criamos o projeto conseguimos incluir jovens que mudaram a visão e agora não olham para as pessoas portadoras de deficiência como coitadinhos”, disse.
Acessibilidade
De acordo com o vereador, quando falamos em acessibilidade, muitas pessoas imaginam logo projetos arquitetônicos. “Pelo senso comum, quando falamos de acessibilidade, o povo acha que são questões arquitetônicas, como rampas, cadeiras e pisos táteis, mas faltam muitos avanços nas causas das pessoas com deficiências”, frisou.
A inserção de pessoas com deficiência nos editais para projetos culturais é uma forma de inclusão, conforme relatou o vereador. “Quando se pensa em acessibilidade voltada à cultura, muitas pessoas pensam em espaço para que esse público possa assistir, agora, os secretários estão colocando nos editais a inclusão de pessoas com deficiência para se apresentar”, agradeceu.
Outra forma de reflexão que Byron instigou o público foi sobre a inclusão das pessoas com deficiência em espaço públicos, não apenas sendo com rampas. “No início do ano tiveram a inauguração de quatro praças, nenhuma delas não tinham brinquedos voltado para as pessoas com deficiência e não é um brinquedo exclusivo, é um brinquedo inclusivo, onde todos brincam juntos. É isso que queremos, que as pessoas com deficiência nas áreas mais carentes possam desfrutar destes espaços”.
Por onde andei
Como forma de homenagear um cadeirante militante das pessoas com deficiência, o vereador criou o projeto ‘Por onde andei’. “No início do mandato criamos uma campanha chamada Por onde Andei, em homenagem a Seu Leonel, uma pessoa com deficiência que era muito batalhadora na causa. No mês passado, recebemos um chamado de uma pessoa cadeirante que reclamava de um poste que a Energisa colocou e limitou a passagem desta senhora pela calçada. O posto só poderia ser colocado ali porque o cano da água passa próximo e limitava o espaço. Isso é a falta de comunicação entre os órgãos. Agora, ela tem que se arriscar na rua para ir na mercearia”, relatou.
BPC
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) foi um dos temas que a jornalista Martha Mendonça fez ao parlamentar. “Muitas empresas não dão condições ideais para que as pessoas com deficiência se adaptem a essas vagas. Sabemos que quando esses funcionários são demitidos elas recebem suspensão, necessitam voltar a perícia e o INSS tem poucos médicos peritos. Isso leva quase um ano para voltar a receber o benefício do BPC”, falou Byron.
O parlamentar ainda comentou que esteve recentemente em Brasília em busca de soluções sobre o tema. “Busquei me informar mais sobre isso e tentar agilizar todo o processo, vamos em busca dos nossos deputados federais e senadores para tentar resolver a questão. A lista de exigência é grande, sendo quase inviável preencher uma vaga de emprego. O primeiro requisito exigido é a experiência, que muitas dessas pessoas não têm”.
Educação Inclusiva
O tema Educação Inclusiva também foi abordado na entrevista. “Participei da inauguração de duas escolas municipais, dentre elas a Dom José Vicente Távora, localizada no Manoel Preto, que tem uma sala de meios, como são chamadas agora. Vimos que a secretaria está ampliando a educação inclusiva na rede municipal de ensino, com a tecnologia assistiva. Agora, vamos fazer visitas a todas as escolas e observar como podemos melhorar, seja legislando ou apenas contribuindo”, frisou o vereador.
Balanço
O vereador fez um breve balanço dos primeiros meses de mandato. “Neste período conhecemos as pastas das prefeituras, estreitamos os laços e humanizamos o trato, mostrando que são demandas da população. Fizemos diversas indicação de melhorias de ruas e das comunidades, como também a elaboração de projetos de Leis, como o do transtorno do espectro autista”, revelou.